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Dólar tem estabilidade ante o real com atenção ao BC

O mercado consolidou R$ 2 como um piso informal depois que o BC interveio com força em meados de setembro

Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro (Reuters)

Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2012 às 12h07.

O dólar tinha mais um dia de pouca variação ante o real nesta sexta-feira, apesar da aversão ao risco que impulsionava a moeda norte-americana no exterior. O dólar rondava o nível de 2,02 reais desde a véspera, aumentado a cautela do investidor para uma possível intervenção do Banco Central.

Às 11h47, a divisa dos Estados Unidos tinha ;eve alta de 0,04 por cento, a 2,0284 reais na venda. Segundo dados da BM&F, o volume negociado estava por volta de 310 milhões de dólares.

"Existe uma margem de segurança com a qual o pessoal trabalha. Então, quanto mais o dólar se aproxima de 2,02 reais, maior é a cautela do investidor, e maior fica o olho do Banco Central", afirmou o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mario Battistel.

O mercado consolidou 2 reais como um piso informal depois que o BC interveio com força em meados de setembro para evitar que a divisa caísse abaixo desse nível. No início de outubro, a autoridade monetária voltou a atuar, mas anunciou a intervenção com o dólar num nível um pouco mais distante do piso, em torno de 2,016 reais.

O investidor está agora mais atento a uma possível atuação do BC, uma vez que o dólar veio recuando lentamente nas últimas cinco sessões. Desde o dia 10, a moeda norte-americana cedeu 0,68 por cento, levando em conta o fechamento da quinta-feira.

O estrategista do Citibank, Sidney Yoshihiro, por meio de nota a clientes, avalia que a discussão sobre a manutenção, ou não, da Selic estável em 7,25 por cento ao longo de 2013, pode encorajar o mercado a testar o BC novamente.

A pressão externa desta sessão, no entanto, era para valorização do dólar. Os mercados internacionais estão mais pessimistas devido a resultados corporativos fracos e também com incertezas sobre a Espanha, que vacila em pedir um resgate à zona do euro que ativaria o programa de compra de títulos do Banco Central Europeu (BCE).

O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, afirmou nesta sexta-feira que o país ainda não tomou uma decisão sobre um possível pedido de ajuda à zona do euro, acrescentando que se for necessário, a Espanha irá tomá-la.


"Lá fora as principais moedas estão se desvalorizando (ante o dólar) por causa da aversão ao risco.

A tendência aqui era para ser de alta (do dólar)", disse Battistel.

Em relação a uma cesta de moedas, o dólar avançava 0,25 por cento, enquanto o euro cedia 0,24 por cento frente à divisa dos Estados Unidos.

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