Dólar sobe no início dos negócios, de olho em Fed e eleições
Investidores reavaliaram suas expectativas sobre quando a taxa de juros dos Estados Unidos começará a subir
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2014 às 11h24.
São Paulo - O dólar subia ante o real nesta terça-feira, diante de temores renovados de que a alta dos juros nos Estados Unidos pode vir mais cedo do que o esperado, enquanto investidores aguardam as próximas pesquisas eleitorais no Brasil.
Às 10h34, a moeda norte-americana subia 0,56 por cento, a 2,2783 reais na venda, após atingir 2,2880 reais na máxima da sessão. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 5 milhões de dólares.
O Federal Reserve de San Francisco publicou na véspera estudo mostrando que investidores precificam juros baixos por mais tempo e um aperto monetário mais lento do que os próprios integrantes do banco central norte-americano esperam.
Economistas das principais instituições de Wall Street, por exemplo, projetam a primeira alta de juros no terceiro trimestre de 2015, com as taxas fechando 2015 a 0,75 por cento e 2016 a 2,13 por cento, segundo o estudo.
Já autoridades do Fed veem os juros a 1 por cento no final do ano que vem, chegando a 2,5 por cento no fim de 2016.
O documentou impulsionou a moeda dos EUA em escala global, uma vez que juros norte-americanos mais altos poderiam atrair recursos aplicados em outros mercados.
No exterior, pesavam ainda preocupações com a possibilidade de a Escócia votar a favor da independência do Reino Unido.
"Nos mercados de câmbio, hoje o foco está na política monetária global e no Reino Unido", escreveram analistas do Scotiabank em relatório.
Aqui, investidores aguardavam as próximas pesquisas de intenção de voto nas eleições presidenciais de outubro, que serão divulgadas a partir desta terça-feira.
O mercado tem se mostrado apreensivo com a possibilidade de a vantagem da ex-senadora Marina Silva (PSB) contra a presidente Dilma Rousseff (PT) --que tem sido firmemente criticada por investidores-- continuar diminuindo.
No fim de semana, essas preocupações ganharam mais força, após denúncias sobre um suposto escândalo envolvendo a Petrobras citarem o ex-candidato do PSB Eduardo Campos.
"O mercado quer entender se o estreitamento das intenções de voto de Marina e Dilma vai se confirmar como tendência", explicou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.
Pela manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que correspondem a venda futura de dólares, como parte das intervenções diárias. Foram vendidos 1 mil contratos para 1º de junho e 3 mil para 1º de setembro de 2015, com volume equivalente a 197,6 milhões de dólares.
O BC também fará nesta sessão mais um leilão para rolar swaps que vencem em 1º de outubro, com oferta de até 6 mil contratos. Até agora, o BC rolou cerca de 4,4 por cento do lote total, que corresponde a 6,677 bilhões de dólares.
Atualizado às 11h24