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Dólar sobe e fecha no maior patamar desde março

A moeda passou o dia todo em alta, mas acelerou a trajetória à tarde, em linha com a reação dos ativos no exterior ao aumento das tensões na Ucrânia

Dólares: moeda terminou cotada no balcão em R$ 2,2850, com avanço de 1,15% (Karen Bleier/AFP)
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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2014 às 17h02.

São Paulo - O dólar fechou a terça-feira, 5, no patamar mais alto ante o real desde o dia 26 de março, cotado no balcão em R$ 2,2850, com avanço de 1,15%. Em termos porcentuais, é a maior elevação desde 17 de julho (+1,26%).

Na máxima, perto das 15 horas, atingiu R$ 2,2860 (+1,20%). A taxa mínima foi registrada na abertura dos negócios, a R$ 2,2630 (+0,18%).

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A moeda passou o dia todo em alta, mas acelerou a trajetória à tarde, em linha com a reação dos ativos no exterior ao aumento das tensões na Ucrânia. Às 16h37, o dólar para setembro subia 0,97%, a R$ 2,2990.

O câmbio doméstico colou no movimento externo, com as moedas de países emergentes também tendo sido castigadas.

Pela manhã, pesaram preocupações com o setor de serviços da China e temores sobre a possível elevação antecipada de juros pelo Federal Reserve.

O índice de atividade dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços da China, medido pelo banco HSBC, caiu para 50,0 em julho, de 53,1 em junho. Essa foi a pior leitura desde o início da série histórica, em novembro de 2005.

Nos EUA, alguns indicadores positivos divulgados nesta terça-feira resgataram o debate sobre o momento de alta de juros norte-americanos.

O índice de atividade de gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços dos EUA, medido pelo Instituto para Gestão de Oferta (ISM), subiu para 58,7 em julho, de 56,0 em junho.

O resultado superou a previsão dos analistas, de 56,5. Além disso, as encomendas à indústria dos EUA subiram 1,1% em junho, na comparação com maio, também acima da previsão dos economistas (0,5%).

À tarde, contudo, a alta ganhou tração, após relatos de oficiais da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) sobre o deslocamento 20 mil soldados russos na fronteira com a Ucrânia, publicada pelo Financial Times.

Já o porta-voz do Exército ucraniano, Andrily Lysenko, afirmou que cerca de 45 mil soldados russos equipados com 160 tanques e 1300 veículos armados estão estacionados ao longo da fronteira com o país.

O ministro de Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, afirmou que as forças militares da Rússia estão propensas a "invadir ou pressionar a Ucrânia", de acordo com informações da agência Bloomberg.

A possibilidade de uma invasão russa à Ucrânia levou rapidamente a uma escalada da moeda norte-americana.

No Brasil, tão logo a cotação no mercado futuro (dólar para setembro) se aproximou de R$ 2,30 foram disparadas ordens de stop loss, o que puxou para cima o dólar à vista no balcão.

Pela manhã, o Banco Central vendeu 8 mil contratos de swap cambial ofertados na operação de rolagem de títulos que vencem em 1º de setembro de 2014.

O valor total da operação foi de US$ 395,2 milhões. Mais cedo, o Banco Central vendeu 4.000 contratos ofertados dentro do programa de oferta regular.

A venda, no valor de US$ 198,9 milhões, foi apenas para o vencimento de 2 de fevereiro de 2015. Para o vencimento de 1º de junho de 2015, foram rejeitadas todas as propostas.

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