Dólar reduz alta, após bater R$2,43, com pequeno alívio
Moeda acompanhava movimento visto em outros mercados emergentes
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2014 às 11h30.
São Paulo - O dólar reduzia a alta ante o real nesta sexta-feira, após chegar a bater 2,43 reais, acompanhando o movimento visto em outros mercados emergentes após a forte onda de aversão de risco vista desde a véspera começar a perder força.
Com isso, ganharam força as avaliações de que o Banco Central brasileiro não iria aumentar suas intervenções no mercado cambial, a fim de evitar que eventuais mais valorizações da moeda norte-americana pudessem pressionar ainda mais a inflação.
Às 12h07, o dólar subia 0,45 por cento, a 2,4134 reais na venda. Na máxima do dia, chegou a subir cerca de 1,3 por cento, a 2,4335 reais. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 330 milhões de dólares.
"O movimento deu uma apaziguada agora, à medida que o mercado aumentou um pouco", afirmou o superintendente de câmbio da Intercam, Jaime Ferreira. "Aquela alta da manhã não se aplica tanto ao Brasil".
Na véspera, a divisa norte-americana já havia fechado com alta acima de 1 por cento, voltando à casa de 2,40 reais, após a Pimco fazer duras críticas à política econômica do Brasil. Foi o maior nível de fechamento da moeda norte-americana desde 22 de agosto, quando o BC anunciou o programa de intervenções diárias e o dólar era negociado na casa dos 2,43 reais.
Os mercados cambiais nos países emergentes começaram o dia com forte aversão ao risco, levando o dólar a subir fortemente contra moedas emergentes. A preocupação tinha origem, entre outros motivos, nas incertezas diante do processo de retirada do estímulo econômico dos Estados Unidos, que deve reduzir ainda mais a oferta de liquidez global.
No entanto, ao longo da manhã, o avanço do dólar ante as parte das moedas emergentes perdeu força e passou a se concentrar nos mercados mais vulneráveis, como Turquia e Argentina. A moeda norte-americana avançava cerca de 0,6 por cento sobre o peso mexicano, após subir mais de 1,5 por cento mais cedo.
"Argentina, Turquia e África do Sul estão sob tremenda pressão, que ainda não perdeu força", escreveram os analistas do Scotiabank, em relatório, Camilla Sutton e Eric Theoret. "Fora dos (países) mais vulneráveis, há sinais limitados de pânico".
Na véspera, o peso argentino fechou em queda de 11 por cento ante o dólar, maior declínio diário desde a crise financeira de 2002 e, nesta sexta-feira, o governo anunciou que afrouxará os controles cambiais.
Segundo analistas, existe a possibilidade de que os problemas cambiais na Argentina gerem algum impacto no Brasil, mas não deve ser o fator principal por trás dos próximos passos do real.
"Como a gente sabe, Brasil exporta muito para a Argentina, a Argentina exporta muito para o Brasil, então esse tipo de contágio pode acontecer", disse o economista do BBVA Enestor dos Santos.
Sem mais BC
Apesar do cenário de pressão, analistas afirmaram não esperar que o BC intensifique as intervenções no mercado de câmbio no curto prazo.
"Num primeiro momento, não espero que o BC atue mais fortemente, mas se a alta (do dólar) se confirmar, acredito que vem mais intervenção", afirmou o gerente de operações do banco Confidence, Felipe Pellegrini, acrescentando esperar que o dólar se acomode nesse patamar mais elevado.
"Não descarto que o dólar volte um pouco, mas parece que a gente tem um novo patamar acima de 2,40 reais", emendou, referindo-se ao nível que era identificado por analistas como um importante teto de resistência.
Nas últimas semanas, o dólar ficou praticamente "preso" a uma banda informal, entre 2,35 e 2,40 reais, tida pelos especialistas como útil para ajudar nas exportações brasileiras mas que não alimenta a inflação.
Nesta sessão, o BC deu continuidade às intervenções diárias vendendo a oferta total de 4 mil swaps tradicionais --equivalentes a venda futura de dólares-- com vencimento em 1º de setembro. A autoridade monetária também ofertou swaps com vencimento em 2 de maio, mas não vendeu nenhum.
O BC também fez nesta sessão a sétima etapa de rolagem dos swaps que vencem em 3 de fevereiro, vendendo a oferta total de 25 mil contratos. Com isso, já rolou pouco menos de 80 por cento do lote total, equivalente a 11,028 bilhões de dólares.
São Paulo - O dólar reduzia a alta ante o real nesta sexta-feira, após chegar a bater 2,43 reais, acompanhando o movimento visto em outros mercados emergentes após a forte onda de aversão de risco vista desde a véspera começar a perder força.
Com isso, ganharam força as avaliações de que o Banco Central brasileiro não iria aumentar suas intervenções no mercado cambial, a fim de evitar que eventuais mais valorizações da moeda norte-americana pudessem pressionar ainda mais a inflação.
Às 12h07, o dólar subia 0,45 por cento, a 2,4134 reais na venda. Na máxima do dia, chegou a subir cerca de 1,3 por cento, a 2,4335 reais. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 330 milhões de dólares.
"O movimento deu uma apaziguada agora, à medida que o mercado aumentou um pouco", afirmou o superintendente de câmbio da Intercam, Jaime Ferreira. "Aquela alta da manhã não se aplica tanto ao Brasil".
Na véspera, a divisa norte-americana já havia fechado com alta acima de 1 por cento, voltando à casa de 2,40 reais, após a Pimco fazer duras críticas à política econômica do Brasil. Foi o maior nível de fechamento da moeda norte-americana desde 22 de agosto, quando o BC anunciou o programa de intervenções diárias e o dólar era negociado na casa dos 2,43 reais.
Os mercados cambiais nos países emergentes começaram o dia com forte aversão ao risco, levando o dólar a subir fortemente contra moedas emergentes. A preocupação tinha origem, entre outros motivos, nas incertezas diante do processo de retirada do estímulo econômico dos Estados Unidos, que deve reduzir ainda mais a oferta de liquidez global.
No entanto, ao longo da manhã, o avanço do dólar ante as parte das moedas emergentes perdeu força e passou a se concentrar nos mercados mais vulneráveis, como Turquia e Argentina. A moeda norte-americana avançava cerca de 0,6 por cento sobre o peso mexicano, após subir mais de 1,5 por cento mais cedo.
"Argentina, Turquia e África do Sul estão sob tremenda pressão, que ainda não perdeu força", escreveram os analistas do Scotiabank, em relatório, Camilla Sutton e Eric Theoret. "Fora dos (países) mais vulneráveis, há sinais limitados de pânico".
Na véspera, o peso argentino fechou em queda de 11 por cento ante o dólar, maior declínio diário desde a crise financeira de 2002 e, nesta sexta-feira, o governo anunciou que afrouxará os controles cambiais.
Segundo analistas, existe a possibilidade de que os problemas cambiais na Argentina gerem algum impacto no Brasil, mas não deve ser o fator principal por trás dos próximos passos do real.
"Como a gente sabe, Brasil exporta muito para a Argentina, a Argentina exporta muito para o Brasil, então esse tipo de contágio pode acontecer", disse o economista do BBVA Enestor dos Santos.
Sem mais BC
Apesar do cenário de pressão, analistas afirmaram não esperar que o BC intensifique as intervenções no mercado de câmbio no curto prazo.
"Num primeiro momento, não espero que o BC atue mais fortemente, mas se a alta (do dólar) se confirmar, acredito que vem mais intervenção", afirmou o gerente de operações do banco Confidence, Felipe Pellegrini, acrescentando esperar que o dólar se acomode nesse patamar mais elevado.
"Não descarto que o dólar volte um pouco, mas parece que a gente tem um novo patamar acima de 2,40 reais", emendou, referindo-se ao nível que era identificado por analistas como um importante teto de resistência.
Nas últimas semanas, o dólar ficou praticamente "preso" a uma banda informal, entre 2,35 e 2,40 reais, tida pelos especialistas como útil para ajudar nas exportações brasileiras mas que não alimenta a inflação.
Nesta sessão, o BC deu continuidade às intervenções diárias vendendo a oferta total de 4 mil swaps tradicionais --equivalentes a venda futura de dólares-- com vencimento em 1º de setembro. A autoridade monetária também ofertou swaps com vencimento em 2 de maio, mas não vendeu nenhum.
O BC também fez nesta sessão a sétima etapa de rolagem dos swaps que vencem em 3 de fevereiro, vendendo a oferta total de 25 mil contratos. Com isso, já rolou pouco menos de 80 por cento do lote total, equivalente a 11,028 bilhões de dólares.