Dólar recua com apostas de que juros subirão só em 2018 nos EUA
Às 10:43, a moeda americana recuava 0,37 por cento, a 3,1359 reais na venda, após bater a mínima do dia de 3,1231 reais
Reuters
Publicado em 1 de setembro de 2017 às 10h57.
São Paulo - O dólar operava em queda nesta sexta-feira, aproximando-se cada vez mais do patamar de 3,10 reais, após o relatório do mercado de trabalho norte-americano reforçar apostas de que o banco central dos Estados Unidos voltará a subir os juros somente no próximo ano.
Às 10:43, o dólar recuava 0,37 por cento, a 3,1359 reais na venda, após bater a mínima do dia de 3,1231 reais. O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,45 por cento.
"O Fed quer ver pelo menos uma pitada de inflação antes de retomar sua trilha de alta de juros e, pelo menos nestes números, isso não estava lá", afirmou o economista-chefe da gestora canadense CIBC, Avery Shenfeld, nota.
A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos desacelerou mais do que o esperado em agosto, após dois meses consecutivos de altas fortes. Foram criadas 156 mil vagas fora do setor agrícola, contra 189 mil em julho.
Com isso, os juros futuros de curto prazo dos Estados Unidos subiam ligeiramente nesta sessão, refletindo a expectativa de que o Federal Reserve não elevará a taxa de juros antes de meados de 2018.
No exterior, o dólar tinha leves variações ante uma cesta de moedas e ante divisas de países emergentes, como o rand sul-africano e o peso mexicano.
Juros maiores nos Estados Unidos têm potencial para atrair capital aplicado hoje em outras praças, como a brasileira.
"O bom indicador chinês também contribui para o otimismo com os emergentes exportadores de commodities, ajudando no recuo do dólar por aqui", afirmou o diretor de operações da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer.
A China divulgou nesta sexta-feira que sua atividade industrial se expandiu no ritmo mais rápido em seis meses em agosto, segundo a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit, devido ao aumento das encomendas para exportações e dos preços mais altos.
O cenário político interno também continuava no radar dos investidores, à espera de novas votações no Congresso Nacional na próxima semana, sobretudo o projeto que eleva a meta de déficit primário.
O mercado também estava sob a expectativa de que o Banco Central volte a atuar no mercado de câmbio por meio da rolagem de swaps cambiais, já que vencem 9,975 bilhões de dólares destes contratos, equivalentes à venda de dólares no mercado futuro.
Em agosto, o BC ficou de fora do mercado porque não havia vencimentos de swaps em setembro e a moeda norte-americana permaneceu comportada, oscilando num patamar entre 3,10 e 3,20 reais.