Mercados

Dólar recua ante real e fecha 4ª semana seguida de queda

Nesta semana, moeda norte-americana acumulou desvalorização de 1,48 por cento, marcando o quarto período seguido de perdas, que somaram 4,11 por cento

Dólar: moeda norte-americana caminha para fechar julho com queda acumulada (Yekorzh/Thinkstock)

Dólar: moeda norte-americana caminha para fechar julho com queda acumulada (Yekorzh/Thinkstock)

R

Reuters

Publicado em 27 de julho de 2018 às 17h06.

São Paulo - O dólar caiu frente ao real nesta sexta-feira, acompanhando o movimento no mercado externo após os dados econômicos dos Estados Unidos consolidarem a perspectiva de aumento gradual dos juros na maior economia do mundo, e também com os investidores mais otimistas com a cena eleitoral brasileira.

O dólar recuou 0,77 por cento, a 3,7179 reais na venda, depois de marcar a mínima de 3,7067 reais no dia. O dólar futuro caía cerca de 0,80 por cento no final da tarde.

Nesta semana, acumulou desvalorização de 1,48 por cento, marcando o quarto período seguido de perdas, que somaram 4,11 por cento. Assim, a moeda norte-americana caminha para fechar julho com queda acumulada, a primeira desde janeiro passado.

"Ajudada pelo massivo estímulo fiscal, a economia (dos EUA) desfrutou de forte primeiro semestre deste ano, mas à medida que o estímulo se esvai e a política monetária se torna progressivamente mais apertada, esperamos que o crescimento do PIB desacelere acentuadamente a partir de meados de 2019", escreveu o economista-chefe da empresa de pesquisas macroeconômicas Capital Economics, Paul Ashworth.

O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu 4,1 por cento no segundo trimestre, em taxa anualizada e ao ritmo mais rápido em quase quatro anos. Os números vieram em linha com as projeções de economistas consultados pela Reuters.

Com isso, o mercado mantinha as expectativas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, vai continuar elevando os juros de maneira gradual, ou seja, mais duas vezes neste ano. Juros elevados têm potencial de atrair aos Estados Unidos recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como a brasileira.

O dólar recuava frente a uma cesta de moedas, com avaliações de que a economia norte-americana vai desacelerar devido à guerra comercial, sobretudo com a China. O dólar também recuava ante as divisas de países emergentes, como o peso chileno.

Em depoimento recente no Congresso, o chair do Fed, Jerome Powell, disse que a guerra comercial poderia afetar o crescimento do país e manteve a indicação de gradualismo na política monetária do país.

Internamente, o mercado seguia mais otimista com o noticiário político e negociações para coligações para as eleições de outubro.

O principal evento foi o apoio formal dos partidos do blocão ao pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, visto pelos investidores como um político mais comprometido com ajustes fiscais.

Nesta manhã, pesquisa de intenção de votos da XP Investimentos mostrou que Alckmin cresceu levemente, dentro da margem de erro. No cenário sem candidato do PT, o tucano apareceu com 10 por cento dos votos, sobre 9 por cento no levantamento anterior, junto com Ciro Gomes (PDT) e atrás de Jair Bolsonaro (PSL), com 23 por cento e Marina Silva (Rede), com 12 por cento.

O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 14 mil swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 13,3 bilhões de dólares do total de 14,023 bilhões de dólares dos contratos que vencem em agosto. (Edição de Patrícia Duarte)

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarEstados Unidos (EUA)

Mais de Mercados

Realização de lucros? Buffett vende R$ 8 bilhões em ações do Bank of America

Goldman Sachs vê cenário favorável para emergentes, mas deixa Brasil de fora de recomendações

Empresa responsável por pane global de tecnologia perde R$ 65 bi e CEO pede "profundas desculpas"

Bolsa brasileira comunica que não foi afetada por apagão global de tecnologia

Mais na Exame