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Dólar passa a subir ante real após Yellen indicar alta de juros

Moeda americana chegou a recuar para abaixo de 3,10 reais, após o Banco Central brasileiro voltar a atuar no mercado de câmbio

Dólar: mais cedo, a moeda operou abaixo de 3,10 reais, batendo 3,0929 reais na mínima da sessão (Foto/Thinkstock)
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Reuters

Publicado em 14 de fevereiro de 2017 às 14h48.

São Paulo - O dólar abandonou a queda e passou a trabalhar em alta ante o real nesta terça-feira, após a chair do Federal Reserve, Janet Yellen, ter alimentado apostas de que o banco central norte-americano pode aumentar os juros mais do que o esperado.

Antes disso, o dólar chegou a recuar para abaixo de 3,10 reais, após o Banco Central brasileiro voltar a atuar no mercado de câmbio.

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Às 14:43, o dólar avançava 0,23 por cento, a 3,1171 reais na venda, depois de tocar a máxima de 3,1283 reais no dia. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,10 por cento.

"Ela (Yellen) foi clara ao dizer que não seria inteligente esperar para subir os juros", apontou o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer.

Yellen disse que o Fed provavelmente precisará elevar a taxa de juros em uma das próximas reuniões, embora tenha indicado incerteza considerável sobre a política econômica com a administração do presidente Donald Trump. Ela acrescentou ainda, durante audiência no Senado norte-americano, que adiar aumentos dos juros seria "insensato".

Com mais juros, os Estados Unidos podem atrair recursos aplicados hoje em outros países, como o Brasil, o que faria o dólar a se apreciar ante o real.

Os juros futuros nos Estados Unidos indicavam chances de 43 por cento de o Fed elevar os juros três vezes, pelo menos, neste ano, frente aos 33 por cento vistos até a véspera.

Com isso, o dólar atingiu a máxima de três semanas ante uma cesta de moedas, também passando a subir sobre divisas de países emergentes, como o peso mexicano.

Mais cedo, o dólar operou abaixo de 3,10 reais, batendo na mínima da sessão 3,0929 reais, menor cotação intradia desde 2 de julho de 2015 (3,0924 reais).

O BC brasileiro voltou a fazer leilão de swap tradicional --equivalentes à venda futura de dólares-- para rolagem dos vencimentos de março, vendendo o lote integral de até 6 mil contratos, equivalente a 300 milhões de dólares. Com isso, voltou ao mercado com esse tipo de intervenção, feita pela última vez em 30 de janeiro.

Se mantiver esse volume até o final do mês, e vender o lote integral, o BC rolará apenas parcialmente o lote que vence no próximo mês, equivalente a 6,954 bilhões de dólares.

Segundo operadores, a atuação indicava que o BC não estava preocupado com o nível do dólar, que vem mostrando trajetória de baixa ante o real diante das expectativas de ingresso de recursos externos no País.

"Parece que para o BC, quanto mais baixo (o dólar), melhor. Pode contribuir para cortar um pouco mais a Selic", afirmou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior.

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