Dólar cai 0,36% e encerra sendo vendido a 5,594 reais (halduns/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 22 de outubro de 2020 às 09h45.
Última atualização em 22 de outubro de 2020 às 18h23.
O dólar fechou em baixa frente ao real nesta quinta-feira, mas amenizou as perdas ao longo do pregão, diante da alta da moeda americana no exterior. O mercado ficou atento também às negociações sobre o pacote de estímulos nos Estados Unidos. Mais cedo, a presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, disse que um acordo sobre a nova ajuda financeira em meio à pandemia de Covid-19 estava “quase lá", embora a oposição no Senado do país ainda permaneça, o que deixa a aprovação menos provável antes das eleições. Onde Paulo Guedes, Rodrigo Maia e Donald Trump se encontram? Nas análises da EXAME Research. Assine e entenda como a política mexe com seu bolso.
O dólar comercial caiu 0,36%, a 5,593 reais na compra e 5,594 reais na venda. Já o dólar futuro com vencimento em novembro fechou em baixa de 0,29%, a R$5,594, depois de ter atingido queda de 0,8% na mínima do dia. No exterior, o DXY, que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de outras divisas principais, avançava 0,35%, cotado em 92,938 pontos, na sua primeira alta depois de quatro quedas seguidas.
Nesta manhã, os investidores acompanharam ainda a divulgação dos dados semanais de pedidos de seguro desemprego nos EUA. Foram registrados 787.000 pedidos na semana, enquanto o mercado esperava 860.000. O número também foi o menor desde o início dos impactos da pandemia no mercado de trabalho americano, quando a quantidade chegou a disparar para mais de 6 milhões de pedidos em apenas uma semana.
Os sinais de melhora do mercado de trabalho americano também contribuíram para que o dólar recuasse frente a outras moedas emergentes, embora tenha permanecido em alta contra as divisas de países desenvolvidos. Entre as divisas emergentes, o real é uma das que tem o melhor desempenho, após não ter acompanhado o bom humor externo nos últimos dois pregões.
De acordo com o diretor executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme, alguns fatores têm segurado a moeda local em patamares elevados, apesar das recentes valorizações de outras divisas emergentes. A razão principal, segundo Nehme, seria a pressão da moeda no mercado futuro, motivada pela maior busca por proteção, ‘hedge’, pelos investidores.
“No mercado de câmbio à vista não há pressões, mas é a utilização do mercado futuro de dólar para ‘hedge’ que dá suporte ao preço atual e pode até conduzi-lo a patamares mais elevados se o comportamento externo da moeda americana se alterar”, afirma em nota.