Dólar opera em leve queda de olho no exterior e à espera de Previdência
Por volta do meio-dia, a moeda norte-americana caía 0,07%, a R$ 3,6851 , após terminar sessão de ontem no menor nível desde 26 de outubro de 2018
Reuters
Publicado em 10 de janeiro de 2019 às 12h16.
Última atualização em 10 de janeiro de 2019 às 12h23.
São Paulo - O dólar registrava pequenas oscilações ante o real nesta quinta-feira, com investidores ainda à espera de medidas concretas após o término das negociações comerciais entre Estados Unidos e China e também na expectativa pela proposta de reforma da Previdência do governo Jair Bolsonaro .
Às 11:56, o dólar recuava 0,07 por cento, a 3,6851 reais na venda, depois de terminar a sessão anterior em baixa de 0,75 por cento, a 3,6878 reais, menor nível desde 26 de outubro de 2018. Na mínima, a moeda foi a 3,6757 reais. O dólar futuro subia 0,05 por cento.
"O mercado ainda está em lua de mel com o governo e isso acaba aliviando a pressão externa", disse o operador de câmbio Jefferson Laatus, sócio da LAATUS Educacional. "Esse movimento pode durar até o discurso de Powell", acrescentou.
O chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, falará nesta tarde e o mercado vai procurar pistas além do que já trouxe a ata do último encontro de política monetária do banco central norte-americano, divulgada na véspera.
O documento informou que muitos membros da autoridade monetária afirmaram no mês passado que poderiam ser pacientes sobre os futuros aumentos da taxa de juros e alguns até mesmo não apoiaram o aumento decidido pelo banco central norte-americano em dezembro.
Na ocasião, o Fed reduziu a duas sua expectativa de altas de juros este ano, mas, na semana passada, Powell já havia indicado que a autoridade seria paciente na trajetória de aumento de juros.
"O mercado gosta dos porquês. Assim, vai buscar na fala dele se vai subir ou não os juros e porque disso. Quer algo mais claro", acrescentou Laatus.
Essa expectativa ganha relevância ainda maior diante dos temores de desaceleração econômica global, que ganharam ainda mais força nesta quinta-feira após os preços ao produtor na China avançaram em dezembro no ritmo mais fraco em mais de dois anos, um sinal preocupante de riscos deflacionário.
O mercado também avalia sinais mistos das negociações comerciais entre EUA e China. Os chineses disseram que os três dias de negociações em Pequim estabeleceram uma "fundação" para resolver as diferenças entre os dois países, mas não deram nenhum detalhe sobre as questões mais importantes.
Internamente, seguia a expectativa otimista com o novo governo e uma proposta robusta de ajuste fiscal no que se refere à reforma da Previdência.
Na véspera, o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, afirmou que até 2 milhões de benefícios previdenciários deverão ser auditados por terem indícios de irregularidades, dentro do escopo da medida provisória antifraude que deve ser assinada até segunda-feira pelo presidente Jair Bolsonaro.
"Por ora, o mercado deve ficar rondando os 3,70 reais, um pouco para cima, um pouco para baixo, a depender do noticiário. Podemos sair desse nível quando tivermos mais dados com a reforma, saber a disposição dos novos parlamentares", acrescentou Laatus.
O BC vendeu nesta sessão 13,4 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 4,69 bilhões de dólares do total de 13,398 bilhões de dólares que vencem em fevereiro.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.