São Paulo - A alta do dólar não dá trégua e a moeda assumiu novos patamares nesta sexta-feira, perto de 3,75 reais e renovando os maiores níveis em mais de dois anos, com os investidores acompanhando o movimento da moeda ante divisas de países emergentes.
Dólar mantém trajetória de alta e ronda R$3,75 com mercado esperando BC
Dólar avançou 1,04 por cento, a 3,7396 reais na venda, maior patamar desde 15 de março de 2016. Na semana, moeda ficou 3,85 por cento mais cara no Brasil
Reuters
Publicado em 18 de maio de 2018 às 17h09.
Última atualização em 18 de maio de 2018 às 17h10.
O dólar avançou 1,04 por cento, a 3,7396 reais na venda, maior patamar desde os 3,7630 reais de 15 de março de 2016. Na semana, o dólar ficou 3,85 por cento mais caro no Brasil.
Foi a sexta sessão consecutiva de elevação, período no qual subiu 5,44 por cento. Também foi a quarta semana seguida de valorização, período no qual o dólar ficou 9,61 por cento mais caro.
Na máxima da sessão, a moeda chegou a 3,7774 reais, com um movimento de zeragem de posições vendidas, quando o investidor se desfaz de posições que apostam na queda do dólar. O dólar futuro tinha alta de 1,15 por cento.
Com essa forte valorização no pico do pregão, os profissionais das mesas estavam se questionando se o BC iria ampliar sua intervenção no câmbio, para além da rolagem de contratos de swap cambial, que equivalem à venda futura da moeda.
"O dólar vai continuar subindo aqui enquanto lá fora a moeda não acalmar", destacou um gestor de derivativos de uma corretora local.
No exterior, o dólar subia ante a cesta de moedas, ajudado pela fraqueza do euro em meio à cautela dos investidores com as incertezas políticas na Itália.
O índice do dólar subiu 5 por cento desde meados de fevereiro, com os investidores apostando que a taxa de juros nos Estados Unidos terá que subir mais para conter a inflação
A moeda norte-americana também tinha alta firme ante as divisas de países emergentes, como a lira turca e o peso chileno.
Internamente, apesar da forte valorização da moeda norte-americana nos últimos dias, que ajudou o Banco Central a se decidir por manter a Selic em 6,50 por cento ao ano no seu encontro de política monetária desta semana, a autoridade monetária não promoveu por ora mudanças em sua política de swaps.
"Uma atuação mais firme por parte do Banco Central poderia contribuir para aliviar a pressão no câmbio", acredita o gestor citado acima.
Nesta sessão, o BC vendeu os 5 mil novos contratos de swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólar es--, totalizando 1,250 bilhão de dólar es em cinco dias de leilões.
Também vendeu integralmente os 4.225 de swaps tradicionais, equivalentes à venda futura dedólares, já rolando 4,171 bilhões de dólar es do total de 5,650 bilhões de dólar es que vencem em junho.
"O discurso do BC de que o movimento do dólar está alinhado ao exterior tem um limite. Seria prudente atuar (com mais firmeza) para conter a volatilidade. O movimento de alta do dólar está muito rápido", avaliou o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado.