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Dólar fica volátil com noticiário político e formação da Ptax

Às 10:14, o dólar avançava 0,42 por cento, a 3,7062 reais na venda, depois de terminar a véspera em baixa de 0,40 por cento, a 3,6906 reais

O dólar operava em alta ante o real nesta quarta-feira (Jose Luis Gonzalez/Reuters)

O dólar operava em alta ante o real nesta quarta-feira (Jose Luis Gonzalez/Reuters)

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Reuters

Publicado em 31 de outubro de 2018 às 09h24.

Última atualização em 31 de outubro de 2018 às 10h23.

São Paulo - O dólar operava em alta ante o real nesta quarta-feira, com a formação da taxa Ptax de final de mês deixando o mercado mais técnico e volátil até o início da tarde, um dia após o Banco Central ter sinalizado que pretende rolar integralmente o vencimento em swap cambial tradicional de dezembro.

Os investidores, no entanto, mantêm as atenções ao cenário externo e ao noticiário político local, após declarações do economista Paulo Guedes, que assumirá um superministério da área econômica no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro.

Às 10:14, o dólar avançava 0,42 por cento, a 3,7062 reais na venda, depois de terminar a véspera em baixa de 0,40 por cento, a 3,6906 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,2 por cento.

"O mercado de câmbio brasileiro deve ter uma disputa acirrada entre 'comprados' (que apostam na alta da moeda) e 'vendidos' (apostam na baixa)", disse o diretor da NGO Câmbio Sidney Nehme, explicando que há cerca de 39 bilhões de dólares a vencer em cada lado.

A taxa Ptax de final de mês é usada para corrigir diversos contratos de derivativos cambiais.

Segundo Nehme, no entanto, a moeda deve continuar oscilando ao redor dos 3,70 reais "muito provavelmente até o 1º trimestre de 2019, visto que a transição governamental está somente sendo iniciada".

Na véspera, as notícias do âmbito político acabaram pressionando o dólar para baixo ante o real, sobretudo a intenção do novo governo de tentar aprovar a reforma da Previdência ainda no governo de Michel Temer.

Guedes falou ainda sobre a independência do Banco Central, da possibilidade de uso de reservas em caso de ataque especulativo ao câmbio e ainda defendeu a continuidade de Ilan Goldfajn à frente do BC, embora isso ainda não esteja definido.

Com a oficialização, nas urnas, do cenário que mais agradava ao mercado, havia alguma expectativa em torno do futuro dos swaps cambiais tradicionais, mas o BC sinalizou na véspera que pretende rolar integralmente o vencimento de dezembro, de 12,217 bilhões de dólares.

Em outubro até a terça-feira, o dólar caiu 8,58 por cento, ou quase 35 centavos de real, o que criava a expectativa de quea autoridade monetária poderia deixar de rolar parte de seu estoque de 68,864 bilhões de dólares.

Na noite da véspera, no entanto, o BC já anunciou leilão para esta quinta-feira leilão de 13,6 mil contratos, volume que, se repetido até o final do mês e vendido integralmente, rolará o total de dezembro.

No exterior, o dólar tinha leve alta ante a cesta de moedas, mantendo-se em sua máxima de 16 meses uma vez que a recuperação das ações globais impulsionavam a demanda pela moeda norte-americana.

O dólar subia também ante as divisas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno.

 

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