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Dólar fecha praticamente estável ante real

O dólar fechou praticamente estável frente ao real após alternar entre leves altas e baixas

Dólar: dólar recuou 0,01 por cento, a 3,5875 reais na venda (Gary Cameron/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2016 às 17h16.

São Paulo - O dólar fechou praticamente estável frente ao real nesta quinta-feira, após alternar entre leves altas e baixas durante a sessão diante de sinais mistos sobre a governabilidade do presidente interino Michel Temer e as perspectivas para o ajuste fiscal no Brasil.

O dólar recuou 0,01 por cento, a 3,5875 reais na venda, após subir a 3,6118 reais na máxima da sessão e cair a 3,5784 reais na mínima.

O dólar futuro, que havia reduzido as perdas após o fechamento do mercado à vista no pregão passado em meio a preocupações com o cenário político brasileiro, recuava cerca de 0,5 por cento no final da tarde.

Nesta madrugada, a Câmara dos Deputados aprovou reajustes salariais de diversas categorias do setor público, medida que terá impacto bilionário no Orçamento.

"(A medida) vai na contramão do ajuste fiscal, mas pode contar pontos na questão da governabilidade. No líquido, o resultado pode não ser de todo negativo", disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW João Paulo de Gracia Corrêa, referindo-se à possibilidade de o governo interino ter conquistado mais apoio político com a aprovação da medida.

Só a proposta que reajusta salários de servidores do Judiciário tem impacto orçamentário em 2016 de 1,160 bilhão de reais, de acordo com a Agência Câmara Notícias. Segundo levantamento do jornal O Globo, o impacto dos reajustes no Orçamento será de cerca de 64 bilhões de reais até 2019.

Por outro lado, a Câmara também aprovou em primeiro turno a recriação de 2016 a 2023 da Desvinculação de Receitas da União (DRU), mecanismo que permite ao governo usar livremente 30 por cento de todos os impostos e contribuições sociais e econômicas federais.

O projeto ainda precisa passar por um segundo turno na Casa antes de ser enviada ao Senado para mais uma votação em dois turnos. Ainda assim, operadores encararam a aprovação como mais um sinal de apoio ao governo no Legislativo.

Muitos operadores vêm expressando preocupação com a possibilidade de Temer enfrentar dificuldades para angariar apoio a medidas de austeridade fiscal no Congresso, especialmente após escândalos ligados à operação Lava Jato levarem à queda de dois de seus ministros em uma semana.

"Neste momento, a crise política é o tema mais importante para qualquer investidor no Brasil", resumiu o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

Pesquisa da Reuters mostrou que a incerteza política no Brasil deve ajudar a levar o dólar a 3,82 reais daqui a 12 meses. A perspectiva de aumentos de juros nos Estados Unidos também deve pesar sobre a moeda, já que tende a atrair para o mercado norte-americano recursos atualmente aplicados aqui.

O dólar chegou a subir com alguma firmeza na primeira parte da sessão na esteira do tombo dos preços do petróleo, mas devolveu os ganhos após a commodity voltar a subir. Dados mostrando queda nos estoques dos Estados Unidos ofuscaram a decisão da Opep de não estabelecer um limite para a produção.

"Os mercados externos melhoraram um pouco e isso se refletiu aqui, mas o 'driver' principal continua sendo o fator político", resumiu o operador de uma corretora internacional.

O Banco Central não realizou qualquer intervenção cambial nesta sessão, mantendo-se ausente do mercado pela segunda sessão seguida.

Texto atualizado às 17h16

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São Paulo - O dólar fechou praticamente estável frente ao real nesta quinta-feira, após alternar entre leves altas e baixas durante a sessão diante de sinais mistos sobre a governabilidade do presidente interino Michel Temer e as perspectivas para o ajuste fiscal no Brasil.

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O dólar futuro, que havia reduzido as perdas após o fechamento do mercado à vista no pregão passado em meio a preocupações com o cenário político brasileiro, recuava cerca de 0,5 por cento no final da tarde.

Nesta madrugada, a Câmara dos Deputados aprovou reajustes salariais de diversas categorias do setor público, medida que terá impacto bilionário no Orçamento.

"(A medida) vai na contramão do ajuste fiscal, mas pode contar pontos na questão da governabilidade. No líquido, o resultado pode não ser de todo negativo", disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW João Paulo de Gracia Corrêa, referindo-se à possibilidade de o governo interino ter conquistado mais apoio político com a aprovação da medida.

Só a proposta que reajusta salários de servidores do Judiciário tem impacto orçamentário em 2016 de 1,160 bilhão de reais, de acordo com a Agência Câmara Notícias. Segundo levantamento do jornal O Globo, o impacto dos reajustes no Orçamento será de cerca de 64 bilhões de reais até 2019.

Por outro lado, a Câmara também aprovou em primeiro turno a recriação de 2016 a 2023 da Desvinculação de Receitas da União (DRU), mecanismo que permite ao governo usar livremente 30 por cento de todos os impostos e contribuições sociais e econômicas federais.

O projeto ainda precisa passar por um segundo turno na Casa antes de ser enviada ao Senado para mais uma votação em dois turnos. Ainda assim, operadores encararam a aprovação como mais um sinal de apoio ao governo no Legislativo.

Muitos operadores vêm expressando preocupação com a possibilidade de Temer enfrentar dificuldades para angariar apoio a medidas de austeridade fiscal no Congresso, especialmente após escândalos ligados à operação Lava Jato levarem à queda de dois de seus ministros em uma semana.

"Neste momento, a crise política é o tema mais importante para qualquer investidor no Brasil", resumiu o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

Pesquisa da Reuters mostrou que a incerteza política no Brasil deve ajudar a levar o dólar a 3,82 reais daqui a 12 meses. A perspectiva de aumentos de juros nos Estados Unidos também deve pesar sobre a moeda, já que tende a atrair para o mercado norte-americano recursos atualmente aplicados aqui.

O dólar chegou a subir com alguma firmeza na primeira parte da sessão na esteira do tombo dos preços do petróleo, mas devolveu os ganhos após a commodity voltar a subir. Dados mostrando queda nos estoques dos Estados Unidos ofuscaram a decisão da Opep de não estabelecer um limite para a produção.

"Os mercados externos melhoraram um pouco e isso se refletiu aqui, mas o 'driver' principal continua sendo o fator político", resumiu o operador de uma corretora internacional.

O Banco Central não realizou qualquer intervenção cambial nesta sessão, mantendo-se ausente do mercado pela segunda sessão seguida.

Texto atualizado às 17h16

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