Exame Logo

Dólar fecha em queda com venda parcial de swaps pelo BC

Foi o segundo dia seguido em que o Banco Central não conseguiu vender a oferta completa de swaps cambiais reversos, equivalentes à compra futura de dólares

Dólar: investidores avaliaram que BC não quer estancar tendência de queda, apenas suavizá-la; moeda caiu para R$ 3,60. (.)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de março de 2016 às 17h22.

São Paulo - O dólar fechou em queda sobre o real nesta terça-feira, após o Banco Central vender apenas parcialmente a oferta de swaps cambiais reversos, que equivalem a compra futura de dólares, pelo segundo dia consecutivo.

Operadores entenderam a manobra como sinal de que o BC reconhece que a tendência da moeda norte-americana é de baixa e que pretende apenas suavizar esse movimento, e não estancá-lo.

O dólar recuou 0,26 por cento, a 3,6008 reais na venda, após atingir 3,6536 reais na máxima e 3,5757 reais na mínima do dia. A moeda norte-americana acumula perda de 10,06 por cento neste mês.

"A mensagem é clara: a pressão sobre o dólar é de queda e vai continuar sendo de queda", disse o estrategista de câmbio e juros de um banco internacional com presença no Brasil.

O BC vendeu nesta manhã 10 mil swaps reversos do lote de até 14,5 mil contratos, oferta que equivalia ao número de swaps não vendidos no leilão feito na véspera. Os contratos colocados neste pregão têm vencimento em 1º de julho de 2016, assim como na operação anterior, mas a data de início foi adiantada para 23 de março, sobre 1º de abril antes.

Alguns operadores especulavam que o BC poderia ter em vista um piso para a divisa, buscando evitar que cotações baixas demais prejudiquem exportadores e as contas externas. Essa interpretação perdeu força após as duas vendas parciais, que motivaram a avaliação de que o BC quer apenas garantir desvalorização da moeda norte-americana de forma suave.

Os leilões de swap reverso chamam atenção especialmente porque o BC continua promovendo diariamente leilões para rolagem de swap cambial tradicional, que atuam na ponta inversa dos swaps reversos, funcionando como venda futura de dólares.

O BC anunciou neste mês que reduziria as rolagens e indicou que deve repor apenas cerca de 75 por cento do lote de abril, depois de sete rolagens integrais consecutivas. Com a venda integral dos 3,6 mil swaps tradicionais nesta sessão, o BC já rolou ao todo o equivalente a 6,527 bilhões de dólares, ou cerca de 65 por cento do lote total, que corresponde a 10,092 bilhões de dólares.

Alguns operadores interpretam que a combinação das duas operações permite que investidores que haviam comprado dólares no passado pudessem abandonar essas posições em meio à intensa volatilidade, algo que não é possível fazer somente com a redução da rolagem.

O BC atualmente administra estoque equivalente a pouco menos de 110 bilhões de dólares em swaps tradicionais. Essas operações tendem a gerar gastos para o BC quando o dólar sobe com força, atraindo críticas de alguns analistas.

"O estoque (de swaps tradicionais do BC) é muito grande e ele precisa aproveitar qualquer janela para reduzi-lo", afirmou o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.

O presidente do BC, Alexandre Tombini, defendeu nesta manhã os swaps cambiais tradicionais, assegurando a estabilidade financeira no sentido mais amplo ao evitarem descasamento, por fatores cambiais, entre receitas e despesas do setor corporativo.

A queda do dólar neste mês tem sido influenciada principalmente por expectativas de que a presidente Dilma Rousseff não conclua seu mandato, algo que muitos operadores consideram positivo.

Diante desse cenário, já há quem esteja refazendo suas contas para o dólar. O economista do banco Nomura Securities João Pedro Ribeiro cita como referência a faixa de entre 3,20 e 3,40 reais no fim do ano, contra previsão anterior de 4,20 reais, com cenário base de o impeachment saindo do papel.

Veja também

São Paulo - O dólar fechou em queda sobre o real nesta terça-feira, após o Banco Central vender apenas parcialmente a oferta de swaps cambiais reversos, que equivalem a compra futura de dólares, pelo segundo dia consecutivo.

Operadores entenderam a manobra como sinal de que o BC reconhece que a tendência da moeda norte-americana é de baixa e que pretende apenas suavizar esse movimento, e não estancá-lo.

O dólar recuou 0,26 por cento, a 3,6008 reais na venda, após atingir 3,6536 reais na máxima e 3,5757 reais na mínima do dia. A moeda norte-americana acumula perda de 10,06 por cento neste mês.

"A mensagem é clara: a pressão sobre o dólar é de queda e vai continuar sendo de queda", disse o estrategista de câmbio e juros de um banco internacional com presença no Brasil.

O BC vendeu nesta manhã 10 mil swaps reversos do lote de até 14,5 mil contratos, oferta que equivalia ao número de swaps não vendidos no leilão feito na véspera. Os contratos colocados neste pregão têm vencimento em 1º de julho de 2016, assim como na operação anterior, mas a data de início foi adiantada para 23 de março, sobre 1º de abril antes.

Alguns operadores especulavam que o BC poderia ter em vista um piso para a divisa, buscando evitar que cotações baixas demais prejudiquem exportadores e as contas externas. Essa interpretação perdeu força após as duas vendas parciais, que motivaram a avaliação de que o BC quer apenas garantir desvalorização da moeda norte-americana de forma suave.

Os leilões de swap reverso chamam atenção especialmente porque o BC continua promovendo diariamente leilões para rolagem de swap cambial tradicional, que atuam na ponta inversa dos swaps reversos, funcionando como venda futura de dólares.

O BC anunciou neste mês que reduziria as rolagens e indicou que deve repor apenas cerca de 75 por cento do lote de abril, depois de sete rolagens integrais consecutivas. Com a venda integral dos 3,6 mil swaps tradicionais nesta sessão, o BC já rolou ao todo o equivalente a 6,527 bilhões de dólares, ou cerca de 65 por cento do lote total, que corresponde a 10,092 bilhões de dólares.

Alguns operadores interpretam que a combinação das duas operações permite que investidores que haviam comprado dólares no passado pudessem abandonar essas posições em meio à intensa volatilidade, algo que não é possível fazer somente com a redução da rolagem.

O BC atualmente administra estoque equivalente a pouco menos de 110 bilhões de dólares em swaps tradicionais. Essas operações tendem a gerar gastos para o BC quando o dólar sobe com força, atraindo críticas de alguns analistas.

"O estoque (de swaps tradicionais do BC) é muito grande e ele precisa aproveitar qualquer janela para reduzi-lo", afirmou o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.

O presidente do BC, Alexandre Tombini, defendeu nesta manhã os swaps cambiais tradicionais, assegurando a estabilidade financeira no sentido mais amplo ao evitarem descasamento, por fatores cambiais, entre receitas e despesas do setor corporativo.

A queda do dólar neste mês tem sido influenciada principalmente por expectativas de que a presidente Dilma Rousseff não conclua seu mandato, algo que muitos operadores consideram positivo.

Diante desse cenário, já há quem esteja refazendo suas contas para o dólar. O economista do banco Nomura Securities João Pedro Ribeiro cita como referência a faixa de entre 3,20 e 3,40 reais no fim do ano, contra previsão anterior de 4,20 reais, com cenário base de o impeachment saindo do papel.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCâmbioDólarMercado financeiroMoedas

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mercados

Mais na Exame