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Dólar fecha em queda de 0,5% ante o real após atuação BC

O Banco Central vendeu contratos de swap cambial tradicional no início da tarde, quando percebeu que um movimento especulativo fazia elevar a cotação do dólar

Pessoa manipula notas de dólar (REUTERS/Soe Zeya Tun)

Pessoa manipula notas de dólar (REUTERS/Soe Zeya Tun)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2013 às 22h44.

São Paulo - O dólar fechou em queda ante o real nesta quinta-feira, com o Banco Central atuando de maneira mais decisiva em um dia de liquidez reduzida pelo fechamento dos mercados nos Estados Unidos.

A autoridade monetária brasileira vendeu contratos de swap cambial tradicional no início da tarde, quando percebeu que um movimento especulativo fazia elevar a cotação da divisa norte-americana. Perto do fim dos negócios, o BC anunciou a realização de outro leilão do mesmo instrumento derivativo para a manhã de sexta-feira.

O dólar caiu 0,51 %, a 2,2575 reais na venda.

O volume de negócios foi de 1,1 bilhão de dólares na clearing da BM&F. Na véspera, a moeda norte-americana havia subido quase 1 %, encostando no patamar de 2,27 reais, com os investidores ainda temerosos com a economia brasileira.

"O BC atuou para deixar o mercado no devido ponto. O problema é que a gente ainda não sabe qual é a taxa que o BC vai ficar defendendo", afirmou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.

O anúncio do leilão desta quinta-feira ocorreu quando a moeda atingia a máxima do dia, a 2,2735 reais. No leilão, o BC vendeu 25,4 mil dos 30 mil contratos de swap cambial tradicional --equivalentes à venda de dólares no mercado futuro -- com vencimento em 1º de novembro de 2013. O volume financeiro foi equivalente a 1,264 bilhão de dólares.

"Hoje foi o momento certo do BC entrar. O efeito de hoje é mais saúdavel. O mercado está sujeito a especulação e volatilidade alta por causa do pequeno volume de negociações", afirmou o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mario Battistel.

Os mercados norte-americanos não operaram nesta quinta-feira por conta do feriado do Dia da Independência. O baixo volume de negócios acaba exacerbando as oscilações, caso seja registrada alguma operação de grande volume, disse Battistel.

O volume de negócios deve voltar ao normal na sexta-feira com a reabertura dos mercados nos EUA e a divulgação de dois dados importantes no exterior e no mercado local: a taxa de desemprego norte-americana e a inflação oficial brasileira.


Dados do mercado de trabalho são uma das principais referências para os rumos da política monetária do Federal Reserve. No Brazil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é usado como referência pelo BC no cumprimento da meta de inflação.

Diante da importância dos dados a serem divulgados, operadores questionam se a autação do BC na sexta-feira será bem sucedida. "Pode ser que o leilão seja infrutífero porque tem muito dado importante para sair e fazer o mercado andar sozinho", disse Galhardo.

Também contribuiu para a queda do dólar nesta sessão a decisão do BCE de manter a taxa básica de juros em 0,5 %, além de declarações do presidente da autoridade monetária, Mario Draghi, de que os juros permanecerão nos níveis atuais, ou ainda mais baixos, por um longo período de tempo.

Na abertura, o mercado também reagiu à decisão do BC brasileiro, anunciada na noite da véspera, de acabar com restrições de prazos a financiamentos de exportações que envolvem pagamento antecipado, medida que tem potencial para melhorar a liquidez no mercado de câmbio. 

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