Mercados

Dólar fecha em queda após leilões do BC e taxas de Trump sobre aço

No primeiro pregão de dezembro, a moeda voltou aos R$ 4,21, depois de se aproximar dos R$ 4,28 na última semana

Dólar: moeda encerrou o pregão com queda de 0,63% a R$ 4,21 (Vadym Petrochenko/Getty Images)

Dólar: moeda encerrou o pregão com queda de 0,63% a R$ 4,21 (Vadym Petrochenko/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 2 de dezembro de 2019 às 17h40.

Última atualização em 2 de dezembro de 2019 às 18h12.

São Paulo — O dólar fechou em queda ante o real no primeiro pregão de dezembro, influenciado por leilões do Banco Central, dados mais fracos nos Estados Unidos e noticiário sobre taxação sobre metais brasileiros comprados pelos EUA.

A confirmação de que o Banco Central vai corrigir dados do setor externo para mostrar números melhores, na esteira de revisão pelo Ministério da Economia de dados da balança comercial, também compôs o pano de fundo de dólar mais fraco, uma vez que sinaliza um quadro mais alentador para a oferta de moeda no país.

A moeda voltou à casa de 4,21 reais, depois de na semana passada ter flertado com 4,28 reais, com folga deixando para trás os picos históricos anteriores.

Nesta segunda-feira, o dólar à vista fechou em queda de 0,63%, a 4,2139 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar de maior liquidez caía 0,42%, a 4,2245 reais.

No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de moedas caía 0,43%. O dólar cedia frente a várias divisas emergentes pares do real, conforme indicadores econômicos mais fracos nos EUA apoiavam cenários de juros mais baixos na economia norte-americana, o que pode aumentar a atratividade de ativos emergentes.

Comentários no mercado também apontaram que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retomar imediatamente tarifas norte-americanas sobre importações de aço e alumínio do Brasil e da Argentina pode ter feito preço no câmbio, já que Trump reclamou que os dois países estão promovendo forte desvalorização de suas moedas.

O entendimento é que a pressão vinda de Trump poderia enfraquecer eventual disposição e aceitação no governo a uma taxa de câmbio mais depreciada no mercado local.

Em almoço na Febraban nesta segunda, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, aproveitou para reforçar mensagem de que a autoridade monetária não atua no mercado de câmbio visando patamares específicos para o dólar.

Desde as mínimas de outubro, a moeda dos EUA acumula valorização de 5,68%. O Bradesco diz que "parte importante" da depreciação do real se deve a vetores domésticos, entre os quais os recentes indicadores de contas externas menos confortáveis.

O banco nota que o foco se volta na terça para dados do Produto Interno Bruto (PIB), com os números de atividade ganhando peso na definição dos cenários para o câmbio. "Os indicadores... deverão reforçar a recuperação em curso da economia brasileira", disse o Bradesco em nota.

Mais cedo, o BC vendeu ao mercado 480 milhões de dólares em moeda à vista, de oferta de até 500 milhões. A autoridade monetária também colocou 9.600 contratos de swap cambial reverso, fazendo a troca da liquidez do mercado de derivativos para o mercado à vista.

No fim da semana passada, o BC informou que manteria operações no mercado de câmbio em dezembro para que o lote de swaps cambiais a vencer em fevereiro seja integralmente rolado ou trocado por dólares à vista.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralDólarDonald TrumpEstados Unidos (EUA)

Mais de Mercados

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

Novo Nordisk cai 20% após resultado decepcionante em teste de medicamento contra obesidade

Após vender US$ 3 bilhões, segundo leilão do Banco Central é cancelado