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Dólar fecha em queda após fala de Guido Mantega

Moeda fechou em queda de 0,28%, cotado a R$ 1,800 no balcão

No mês, a moeda contabiliza ganho de 4,90% e, no ano, queda de 3,69% (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de março de 2012 às 17h37.

São Paulo - O dólar no mercado à vista fechou em queda, de 0,28%, cotado a R$ 1,800 no balcão, após acumular alta de 5,43% ante o real nas sete sessões anteriores. No mês, a moeda contabiliza ganho de 4,90% e, no ano, queda de 3,69%. Na BM&F, o dólar spot encerrou com baixa de 0,24%, a R$ 1,8050. O giro total à vista na clearing de câmbio há pouco somava US$ 2,167 bilhões (US$ 1,794 bilhão em D+2).

O recuo da moeda norte-americana foi considerado tímido, mas significativo. Discreto porque o dólar vem carregando fortes ganhos recentemente, afirmou um operador de tesouraria de um banco. No entanto, completou a fonte, também foi representativo porque ocorreu após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarar publicamente pela primeira vez que o câmbio no País é administrado e reiterar que irá adotar várias medidas para conter a valorização do real, que vem prejudicando a indústria nacional. Até então, as reiteradas ameaças de novas medidas cambiais vinham dando sustentação ao avanço do dólar.

O economista Miguel Daoud, sócio-diretor da Global Financial Advisor, atribuiu a queda final da moeda à vista e a forte desaceleração da alta no mercado futuro a um movimento especulativo desencadeado a partir das declarações "históricas" do ministro Mantega, de que o principal instrumento de defesa do País é a administração do câmbio. Para Daoud, Mantega deixou claro que a flutuação do câmbio no País é suja, ao admitir que o câmbio é administrado, e que o governo não vai permitir que o dólar extrapole certa margem de oscilação, que seria de um piso informal de R$ 1,70 a um teto de R$ 1,90, na avaliação do mercado.


"Definido este intervalo de oscilação, o mercado avaliou que pode voltar a fazer suas apostas no mercado futuro dentro dessa margem de preço e alguns investidores retomaram as arbitragens, vendendo dólar e comprando taxa de juros, num movimento especulativo que ajuda a sustentar o recuo da moeda norte-americana e a subida dos juros futuros", afirmou o especialista. Para ele, o dólar só subiu recentemente porque o governo fez coro de advertência ao mercado de que poderá adotar uma medida a cada semana a fim de evitar a valorização do real.

O economista Ítalo Abucater, gerente da mesa de câmbio da Icap Brasil, concorda que o ministro Guido Mantega definiu que há uma margem de oscilação tolerada para o dólar, o que de certa forma estimula a arbitragem entre os mercados de dólar e de renda fixa, já que o diferencial de juros interno e externo ainda é atrativo apesar do corte agressivo da Selic. Ele observa que o fluxo cambial positivo no mercado doméstico também estaria por trás do recuo do dólar à vista.

A queda do dólar ante o real está na contramão da ampliação dos ganhos do dólar no mercado internacional de moedas esta tarde, após o Federal Reserve não dar nenhuma sinalização quanto a uma eventual antecipação de aumento de juros nos EUA nem sobre nova rodada de estímulos à economia.

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O recuo da moeda norte-americana foi considerado tímido, mas significativo. Discreto porque o dólar vem carregando fortes ganhos recentemente, afirmou um operador de tesouraria de um banco. No entanto, completou a fonte, também foi representativo porque ocorreu após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarar publicamente pela primeira vez que o câmbio no País é administrado e reiterar que irá adotar várias medidas para conter a valorização do real, que vem prejudicando a indústria nacional. Até então, as reiteradas ameaças de novas medidas cambiais vinham dando sustentação ao avanço do dólar.

O economista Miguel Daoud, sócio-diretor da Global Financial Advisor, atribuiu a queda final da moeda à vista e a forte desaceleração da alta no mercado futuro a um movimento especulativo desencadeado a partir das declarações "históricas" do ministro Mantega, de que o principal instrumento de defesa do País é a administração do câmbio. Para Daoud, Mantega deixou claro que a flutuação do câmbio no País é suja, ao admitir que o câmbio é administrado, e que o governo não vai permitir que o dólar extrapole certa margem de oscilação, que seria de um piso informal de R$ 1,70 a um teto de R$ 1,90, na avaliação do mercado.


"Definido este intervalo de oscilação, o mercado avaliou que pode voltar a fazer suas apostas no mercado futuro dentro dessa margem de preço e alguns investidores retomaram as arbitragens, vendendo dólar e comprando taxa de juros, num movimento especulativo que ajuda a sustentar o recuo da moeda norte-americana e a subida dos juros futuros", afirmou o especialista. Para ele, o dólar só subiu recentemente porque o governo fez coro de advertência ao mercado de que poderá adotar uma medida a cada semana a fim de evitar a valorização do real.

O economista Ítalo Abucater, gerente da mesa de câmbio da Icap Brasil, concorda que o ministro Guido Mantega definiu que há uma margem de oscilação tolerada para o dólar, o que de certa forma estimula a arbitragem entre os mercados de dólar e de renda fixa, já que o diferencial de juros interno e externo ainda é atrativo apesar do corte agressivo da Selic. Ele observa que o fluxo cambial positivo no mercado doméstico também estaria por trás do recuo do dólar à vista.

A queda do dólar ante o real está na contramão da ampliação dos ganhos do dólar no mercado internacional de moedas esta tarde, após o Federal Reserve não dar nenhuma sinalização quanto a uma eventual antecipação de aumento de juros nos EUA nem sobre nova rodada de estímulos à economia.

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