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Dólar encosta em R$3,20 com expectativa de maiores juros nos EUA

O foco do mercado continuou voltado para os números que serão conhecidos na sexta-feira sobre o mercado de trabalho norte-americano

Dólar: juros mais altos nos EUA têm potencial para atrair à maior economia do mundo recursos aplicados em outros mercados, como o brasileiro (Ingram Publishing/Thinkstock)

Dólar: juros mais altos nos EUA têm potencial para atrair à maior economia do mundo recursos aplicados em outros mercados, como o brasileiro (Ingram Publishing/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 9 de março de 2017 às 17h33.

São Paulo - O dólar terminou a quinta-feira em alta ante o real pelo segundo dia consecutivo e perto dos 3,20 reais, com os investidores à espera do relatório do mercado de trabalho norte-americano, na sexta-feira, que pode consolidar a alta de juros nos Estados Unidos em março, e também atentos à cena política doméstica.

O dólar avançou 0,73 por cento, a 3,1947 reais na venda, maior nível desde os 3,2002 reais de 19 de janeiro. Nestes dois pregões de alta, acumulou elevação de 2,39 por cento. O dólar futuro subia cerca de 1 por cento.

"Por ora, o mercado está muito focado nos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos. Se confirmar a alta de juros, o dólar pode realizar", afirmou o operador da corretora Ourominas, Maurício Gaioti.

O foco do mercado continuou voltado para os números que serão conhecidos na sexta-feira sobre o mercado de trabalho norte-americano, conhecidos como "payroll".

Levantamento feito pela Reuters com analistas mostrava que, pela mediana, as estimativas eram de abertura de 190 mil postos fora do setor agrícola no mês passado.

Na véspera, foi divulgado dado sobre emprego privado nos Estados Unidos muito acima do esperado, o que alimentou de vez as apostas de que o Fed elevará os juros na sua reunião dos próximos dias 14 e 15.

Nesta sessão, a ferramenta FedWatch do grupo CME indicava quase 90 por cento de chances de aumento dos juros nos EUA na semana que vem, percepção que começou a ser montada há alguns dias após sinalizações de integrantes do Fed.

No exterior, o dólar era negociado em alta ante divisas de países emergentes, como o peso mexicano e a lira turca.

Juros mais altos nos Estados Unidos têm potencial para atrair à maior economia do mundo recursos aplicados em outros mercados, como o brasileiro.

Na máxima do dia, à tarde, a moeda marcou 3,1985 reais, com a notícia de que a lista do procurador geral da República, Rodrigo Janot, com pedido de abertura de inquérito para políticos citados em delações no âmbito da Lava Jato, pode ser entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira.

A preocupação dos agentes sobre os desdobramentos das delações, sobretudo de ex-executivos da Odebrecht, no andamento das reformas fiscais no Congresso reforçou o movimento de proteção.

A mínima desse pregão aconteceu ainda pela manhã, quando o dólar chegou a 3,1606 reais, com algum movimento de realização de lucros após o Banco Central Europeu (BCE) manter sua política monetária.

O Banco Central brasileiro mais uma vez não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio. Ainda havia no mercado expectativa sobre o que o BC fará com os swaps tradicionais que vencem em abril, equivalente a 9,711 bilhões de dólares, se fará alguma rolagem ou não.

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