Mercados

Dólar encerra em alta de 0,05%, cotado a R$ 1,9210

O resultado das eleições na França e na Grécia no fim de semana elevou a aversão ao risco no exterior

Notas de dólar (Getty Images)

Notas de dólar (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2012 às 17h36.

São Paulo - O dólar manteve o sinal positivo ao longo de toda a sessão desta segunda-feira em meio a sinais divergentes vindos do exterior, fechando em alta de 0,05%, a R$ 1,9210 no balcão. O resultado das eleições na França e na Grécia no fim de semana, que mostraram o avanço das esquerdas que questionam as estratégias de austeridade contra a crise, elevou a aversão ao risco no exterior, o que se refletiu no Brasil.

Porém, a recuperação dos mercados acionários em todo o mundo ao longo do dia amparou a desaceleração da alta da moeda norte-americana ante o real. Analistas afirmam que, no curtíssimo prazo, o dólar ainda tem espaço para avançar, embora a margem seja estreita e os efeitos sobre a inflação preocupem.

Na mínima do dia, o dólar no balcão marcou R$ 1,9210 e, na máxima, R$ 1,9360. Da mínima para a máxima, a oscilação da moeda americana foi de 0,78% - uma variação reduzida segundo alguns profissionais do mercado. O dólar pronto da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) também fechou em alta, de 0,16%, cotado a R$ 1,9225. O giro financeiro registrado na clearing de câmbio até 17h00 somava US$ 1,689 bilhão (US$ 1,647 bilhão em D+2).

"Hoje, o mercado sofreu o impacto da insegurança do investidor estrangeiro, em razão da eleição na França", comentou Fernando Bergallo, gerente de câmbio simplificado da TOV Corretora. No domingo, os franceses foram às urnas e elegeram para presidente o socialista François Hollande, um crítico das medidas de austeridade adotadas na Europa para enfrentar a crise. Na Grécia, nenhum partido conquistou votos suficientes para escolher o primeiro-ministro, o que cria um impasse no país.

Esse cenário político colocou o dólar em trajetória de alta em relação ao real, embora a moeda tenha se desacelerado ao longo do dia. A recuperação das bolsas no exterior, em função do apoio da chanceler alemã Angela Merkel ao novo presidente francês e aos dados positivos de encomendas à indústria na Alemanha, contribuiu para um fechamento do dólar abaixo de RS 1,93 no balcão.

Segundo Bergallo, o dólar segue em tendência de aumento ante o real no curtíssimo prazo, embora os efeitos disso sobre a inflação sejam observados. "Acima de R$ 1,95 (a cotação da moeda) vira um problema para o governo", alertou.

Mais cedo, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou que o superávit comercial na primeira semana de maio, com apenas três dias úteis, foi de US$ 560 milhões. As exportações somaram US$ 3,749 bilhões e as importações, US$ 3,189 bilhões.

Mais de Mercados

Ações da Usiminas (USIM5) caem 16% após balanço; entenda

"Se tentar prever a direção do mercado, vai errar mais do que acertar", diz Bahia Asset

"O dólar é o grande quebra-cabeça das políticas de Trump", diz Luis Otavio Leal, da G5 Partners

Ibovespa fecha em alta de mais de 1% puxado por Vale (VALE3)

Mais na Exame