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Dólar dispara com exterior e declarações do ministro Levy

Dólar teve o maior ganho porcentual desde 23 de novembro de 2011, com a moeda no maior patamar desde 7 de janeiro de 2015

Dólar: dólar à vista de balcão encerrou o dia em alta de 2,95%, aos R$ 2,6850 (Flickr/Creative Commons/401kcalculator.org)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2015 às 18h54.

São Paulo - A bateria de notícias negativas desta sexta-feira, 30, tanto no Brasil quanto no exterior, fez o dólar disparar ante o real.

O avanço global da moeda americana, em meio a dados negativos divulgados na Europa e nos EUA, somou-se ao rebaixamento da classificação da Petrobras pela Moody's e a declarações do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no sentido de um câmbio mais livre para oscilar.

Investidores comprados em derivativos cambiais aproveitaram a tendência e puxaram as cotações ainda mais, de olho na definição da Ptax que liquidará os contratos que vencem em fevereiro.

Isso fez o dólar subir mais de 3% em vários momentos da sessão, impulsionando as taxas dos contratos futuros de juros em toda a curva a termo.

O dólar à vista de balcão encerrou o dia em alta de 2,95%, aos R$ 2,6850.

Foi o maior ganho porcentual desde 23 de novembro de 2011, com a moeda no maior patamar desde 7 de janeiro de 2015.

No mercado futuro, que fecha apenas às 18 horas, o dólar para março - a referência dos investidores a partir de hoje - subia 3,07%, aos R$ 2,7055.

Pela manhã, os investidores já repercutiam a notícia de que a Moody's havia rebaixado o rating da Petrobras para BAA3, mantendo a perspectiva sob revisão para futura nova baixa.

Mais do que um fator direto para o avanço do dólar, a Petrobras azedou o humor dos investidores por mostrar que a situação da economia brasileira (e de uma de suas principais empresas) é preocupante.

O Banco Central trouxe outro dado neste sentido: o setor público consolidado (Governo Central, estados, municípios e estatais - com exceção de Petrobras e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 12,894 bilhões em dezembro.

Foi o pior resultado para o mês desde 2001, quando teve início a série histórica do BC. Em 2014, o déficit público primário foi de 0,63% do PIB.

A busca por dólares por conta das notícias ruins no Brasil era intensificada pelo exterior.

A deflação de 0,6% na zona do euro em janeiro ante o mesmo mês do ano passado e o crescimento de 2,6% da economia americana no quarto trimestre de 2014, abaixo do avanço de 3,2% esperado, deram força à leitura de que a economia global também enfrenta dificuldades.

Na dúvida, o mercado vendeu moedas de países exportadores de commodities e emergentes, como o real, indo em busca do dólar.

A lira turca também foi bastante pressionada, chegando a marcar mínimas históricas ante o dólar, e o rublo era penalizado pelo corte de juros anunciado pelo BC da Rússia (de 17% para 15%).

Não bastassem esses fatores, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, contribuiu para renovações de máximas do dólar pela manhã e também à tarde.

Tudo porque, durante evento em São Paulo, ele abordou o câmbio. Ao responder pergunta de economista sobre como o governo planeja contribuir para a indústria brasileira, especialmente a que exporta, conseguir se reerguer, Levy afirmou que o câmbio é uma variável que não se pode controlar com facilidade e disse não ter a intenção de manter o câmbio "artificialmente valorizado".

"Não faremos grandes operações no câmbio."

Para o mercado, a declaração de Levy foi no sentido de um dólar mais alto ante o real, sem artificialismos.

Vale lembrar que desde agosto de 2013 o Banco Central vem fazendo operações diárias de swap cambial (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro), o que ajuda a segurar as cotações. Hoje, por exemplo, foram vendidos 2 mil contratos (US$ 99,0 milhões).

Como hoje era o dia de determinação da Ptax para liquidação dos contratos cambiais de fevereiro, os investidores comprados (apostando na alta da moeda) aproveitaram para impulsionar ainda mais o dólar.

No fim, a Ptax encerrou aos R$ 2,6623 (+2,55%), sendo que o movimento do mês ainda acabou sendo mais favorável aos comprados (alta de 0,23% em janeiro).

No balcão, a mínima do dia foi vista às 9h08 (R$ 2,620, +0,46%) e a máxima às 15h31 (R$ 2,6910, +3,18%).

O giro à vista somava perto das 17 horas US$ 977 milhões, conforme a clearing de câmbio da BM&FBovespa.

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O avanço global da moeda americana, em meio a dados negativos divulgados na Europa e nos EUA, somou-se ao rebaixamento da classificação da Petrobras pela Moody's e a declarações do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no sentido de um câmbio mais livre para oscilar.

Investidores comprados em derivativos cambiais aproveitaram a tendência e puxaram as cotações ainda mais, de olho na definição da Ptax que liquidará os contratos que vencem em fevereiro.

Isso fez o dólar subir mais de 3% em vários momentos da sessão, impulsionando as taxas dos contratos futuros de juros em toda a curva a termo.

O dólar à vista de balcão encerrou o dia em alta de 2,95%, aos R$ 2,6850.

Foi o maior ganho porcentual desde 23 de novembro de 2011, com a moeda no maior patamar desde 7 de janeiro de 2015.

No mercado futuro, que fecha apenas às 18 horas, o dólar para março - a referência dos investidores a partir de hoje - subia 3,07%, aos R$ 2,7055.

Pela manhã, os investidores já repercutiam a notícia de que a Moody's havia rebaixado o rating da Petrobras para BAA3, mantendo a perspectiva sob revisão para futura nova baixa.

Mais do que um fator direto para o avanço do dólar, a Petrobras azedou o humor dos investidores por mostrar que a situação da economia brasileira (e de uma de suas principais empresas) é preocupante.

O Banco Central trouxe outro dado neste sentido: o setor público consolidado (Governo Central, estados, municípios e estatais - com exceção de Petrobras e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 12,894 bilhões em dezembro.

Foi o pior resultado para o mês desde 2001, quando teve início a série histórica do BC. Em 2014, o déficit público primário foi de 0,63% do PIB.

A busca por dólares por conta das notícias ruins no Brasil era intensificada pelo exterior.

A deflação de 0,6% na zona do euro em janeiro ante o mesmo mês do ano passado e o crescimento de 2,6% da economia americana no quarto trimestre de 2014, abaixo do avanço de 3,2% esperado, deram força à leitura de que a economia global também enfrenta dificuldades.

Na dúvida, o mercado vendeu moedas de países exportadores de commodities e emergentes, como o real, indo em busca do dólar.

A lira turca também foi bastante pressionada, chegando a marcar mínimas históricas ante o dólar, e o rublo era penalizado pelo corte de juros anunciado pelo BC da Rússia (de 17% para 15%).

Não bastassem esses fatores, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, contribuiu para renovações de máximas do dólar pela manhã e também à tarde.

Tudo porque, durante evento em São Paulo, ele abordou o câmbio. Ao responder pergunta de economista sobre como o governo planeja contribuir para a indústria brasileira, especialmente a que exporta, conseguir se reerguer, Levy afirmou que o câmbio é uma variável que não se pode controlar com facilidade e disse não ter a intenção de manter o câmbio "artificialmente valorizado".

"Não faremos grandes operações no câmbio."

Para o mercado, a declaração de Levy foi no sentido de um dólar mais alto ante o real, sem artificialismos.

Vale lembrar que desde agosto de 2013 o Banco Central vem fazendo operações diárias de swap cambial (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro), o que ajuda a segurar as cotações. Hoje, por exemplo, foram vendidos 2 mil contratos (US$ 99,0 milhões).

Como hoje era o dia de determinação da Ptax para liquidação dos contratos cambiais de fevereiro, os investidores comprados (apostando na alta da moeda) aproveitaram para impulsionar ainda mais o dólar.

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No balcão, a mínima do dia foi vista às 9h08 (R$ 2,620, +0,46%) e a máxima às 15h31 (R$ 2,6910, +3,18%).

O giro à vista somava perto das 17 horas US$ 977 milhões, conforme a clearing de câmbio da BM&FBovespa.

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