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Dólar deve subir a R$2,40 em um ano, apesar de Selic elevada

Nem mesmo a entrada de investimentos estrangeiros por conta da alta dos juros deve estabilizar a moeda norte-americana

Cliente troca reais por dólares em casa de câmbio: déficit primário recorde em setembro é um dos culpados pelo pessimismo com o dólar no Brasil (Bruno Domingos/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2013 às 11h33.

São Paulo - O dólar deve continuar subindo nos próximos meses, sendo cotado a 2,40 reais dentro de um ano, mostrou pesquisa da Reuters publicada nesta quarta-feira.

O cenário é o mesmo de pesquisa semelhante realizada há um mês, mostrando que nem mesmo a entrada de investimentos estrangeiros por conta da alta dos juros deve estabilizar a moeda norte-americana.

A pesquisa também mostrou que o peso mexicano deve seguir o caminho contrário, mas que sua valorização será menor do que se esperava há um mês após o banco central do país reduzir os juros para o recorde de 3,5 por cento.

A projeção da pesquisa para a taxa de câmbio no Brasil em 12 meses, calculada a partir das estimativas de 31 bancos e consultorias coletadas entre segunda e terça-feira, representa alta de cerca de 5 por cento do dólar até o fechamento da véspera, quando a moeda norte-americana subiu quase 2 por cento e caminhou para 2,30 reais. As projeções variaram de 2,218 a 2,70 reais.

No mesmo intervalo, o peso mexicano deve se valorizar 3 por cento, para 12,70 por dólar. Há um mês, a mediana das estimativas na pesquisa projetava o peso mexicano a 12,615 por dólar em 12 meses.

O déficit primário recorde em setembro é um dos culpados pelo pessimismo com o dólar no Brasil. A piora fiscal reforçou o entendimento de que o Brasil tem cada vez menos munição para enfrentar a turbulência esperada para o ano que vem, quando o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, deve começar a reduzir o estímulo monetário no país.


"Os fundamentos vão enfraquecer o real", disse o estrategista do BNP Paribas Thiago Alday. "O programa de leilões do Banco Central foi bem-sucedido em acalmar o mercado, mas a falta de ações do governo no âmbito fiscal e em questões estruturais da economia vai jogar contra a moeda." O Brasil teve déficit primário de 9,048 bilhões de reais em setembro, o maior em quase cinco anos e o pior para o mês desde o início da série histórica. O resultado foi muito pior do que o esperado por todos os economistas em pesquisa da Reuters, o que aumentou os temores de rebaixamento da nota de crédito do país.

A principal linha de defesa do Brasil tem sido a taxa básica de juros, uma das mais altas do mundo a 9,5 por cento. Após retirar vários controles de capital em junho, o Brasil atraiu um fluxo recorde de investimentos estrangeiros em renda fixa nos últimos meses, o que tem ajudado a evitar alta ainda mais intensa do dólar.

No entanto, analistas na pesquisa disseram que a volatilidade pode afastar parte desses investidores, já que o "carry trade", modalidade de investimento que depende do empréstimo em outra moeda, só é vantajoso quando a taxa de câmbio apresenta certa estabilidade.

Oito dos 14 analistas que responderam a uma pergunta extra na pesquisa disseram que o "carry trade" deve diminuir no Brasil nos próximos 12 meses. Os outros seis se dividiram entre expectativa de aumento e de manutenção.

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São Paulo - O dólar deve continuar subindo nos próximos meses, sendo cotado a 2,40 reais dentro de um ano, mostrou pesquisa da Reuters publicada nesta quarta-feira.

O cenário é o mesmo de pesquisa semelhante realizada há um mês, mostrando que nem mesmo a entrada de investimentos estrangeiros por conta da alta dos juros deve estabilizar a moeda norte-americana.

A pesquisa também mostrou que o peso mexicano deve seguir o caminho contrário, mas que sua valorização será menor do que se esperava há um mês após o banco central do país reduzir os juros para o recorde de 3,5 por cento.

A projeção da pesquisa para a taxa de câmbio no Brasil em 12 meses, calculada a partir das estimativas de 31 bancos e consultorias coletadas entre segunda e terça-feira, representa alta de cerca de 5 por cento do dólar até o fechamento da véspera, quando a moeda norte-americana subiu quase 2 por cento e caminhou para 2,30 reais. As projeções variaram de 2,218 a 2,70 reais.

No mesmo intervalo, o peso mexicano deve se valorizar 3 por cento, para 12,70 por dólar. Há um mês, a mediana das estimativas na pesquisa projetava o peso mexicano a 12,615 por dólar em 12 meses.

O déficit primário recorde em setembro é um dos culpados pelo pessimismo com o dólar no Brasil. A piora fiscal reforçou o entendimento de que o Brasil tem cada vez menos munição para enfrentar a turbulência esperada para o ano que vem, quando o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, deve começar a reduzir o estímulo monetário no país.


"Os fundamentos vão enfraquecer o real", disse o estrategista do BNP Paribas Thiago Alday. "O programa de leilões do Banco Central foi bem-sucedido em acalmar o mercado, mas a falta de ações do governo no âmbito fiscal e em questões estruturais da economia vai jogar contra a moeda." O Brasil teve déficit primário de 9,048 bilhões de reais em setembro, o maior em quase cinco anos e o pior para o mês desde o início da série histórica. O resultado foi muito pior do que o esperado por todos os economistas em pesquisa da Reuters, o que aumentou os temores de rebaixamento da nota de crédito do país.

A principal linha de defesa do Brasil tem sido a taxa básica de juros, uma das mais altas do mundo a 9,5 por cento. Após retirar vários controles de capital em junho, o Brasil atraiu um fluxo recorde de investimentos estrangeiros em renda fixa nos últimos meses, o que tem ajudado a evitar alta ainda mais intensa do dólar.

No entanto, analistas na pesquisa disseram que a volatilidade pode afastar parte desses investidores, já que o "carry trade", modalidade de investimento que depende do empréstimo em outra moeda, só é vantajoso quando a taxa de câmbio apresenta certa estabilidade.

Oito dos 14 analistas que responderam a uma pergunta extra na pesquisa disseram que o "carry trade" deve diminuir no Brasil nos próximos 12 meses. Os outros seis se dividiram entre expectativa de aumento e de manutenção.

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