Dólar comercial abre em queda de 0,12%, a R$ 1,716
Por Cristina Canas São Paulo - O dólar comercial abriu o dia em baixa de 0,12%, negociado a R$ 1,716 no mercado interbancário de câmbio. No pregão de ontem, a moeda norte-americana fechou em baixa de 0,23%, cotada a R$ 1,718. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar com liquidação à vista abriu […]
Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2010 às 07h13.
Por Cristina Canas
São Paulo - O dólar comercial abriu o dia em baixa de 0,12%, negociado a R$ 1,716 no mercado interbancário de câmbio. No pregão de ontem, a moeda norte-americana fechou em baixa de 0,23%, cotada a R$ 1,718. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar com liquidação à vista abriu as negociações em queda de 0,30%, a R$ 1,7133.
Ontem, a operação da Petrobras foi concluía com sucesso. Mas para o mercado de câmbio, como a liquidação ocorre no dia 29, muita coisa ainda pode acontecer hoje, apesar de os operadores acreditarem que a maioria das eventuais entradas atreladas à capitalização foram antecipadas. Assim, o mercado deve viver mais um dia dividido entre o fluxo de recursos e a possibilidade de intervenções surpresa do Banco Central (BC) ou governo no câmbio. A perspectiva é de queda das cotações.
Os últimos cálculos do mercado eram de que os investidores estrangeiros ficariam com um volume entre US$ 16 bilhões e US$ 20 bilhões na capitalização da Petrobras. Ontem, no entanto, os comentários eram de que a procura entre os grandes investidores, principalmente os estrangeiros, aumentou muito na reta final da oferta. Até se criou a expectativa de que a empresa pudesse aumentar novamente a quantidade de ações que seriam vendidas, a exemplo do que ocorreu na última sexta-feira. Isso não ocorreu e, depois, soube-se que o lote adicional, que correspondia a até 20% do total, foi exercido parcialmente. Foram colocados somente 8% desse montante - ou seja, não teria sido necessário nem o aumento da oferta feito na sexta-feira, quanto mais uma segunda mudança.
Em Londres, a Agência Estado apurou que os investidores internacionais consideraram arriscado ficar de fora e aderiram em massa à oferta da Petrobras, apesar das reclamações que fizeram sobre o processo. Os estrangeiros foram atraídos pela perspectiva de alta das ações após o fim da operação. Segundo os gestores consultados, como a demanda global ficou em duas vezes a oferta, acredita-se que os investidores estrangeiros receberão, em média, apenas 50% das ações solicitadas.
Paralelamente, hoje o mercado digere a decisão do BC de mudar a fórmula de cálculo da Ptax - a taxa de câmbio que serve como referência para liquidação dos contratos futuros de dólar. A taxa, que hoje é definida pela média ponderada das cotações do dia, passará a ser determinada pelo BC com base em quatro consultas diárias aos dealers (negociantes) do mercado de câmbio. A intenção confessada pelo diretor de Política Monetária do BC, Aldo Luiz Mendes, é anular a influência de operações casadas na formação da Ptax. Ou seja, interromper o domínio do mercado futuro sobre o mercado à vista.
"A Ptax perdeu representatividade técnica, porque hoje você consegue realizar grandes volumes no mercado à vista sem risco nenhum, pois existem as operações casadas", explicou o diretor. Usando o jargão do mercado, o que o BC vai tentar, mais uma vez, é acabar com "o rabo abanando o cachorro". Ou seja, tentará impedir que a cotação do futuro determine a do dólar à vista.
Além disso, tentará acabar com a movimentação dos investidores para manipulação a Ptax. Por enquanto, o mercado avalia se isso será ou não eficiente, mas os primeiros operadores ouvidos acreditam que sim. Eles apenas não entendem porque o prazo para que a alteração seja posta em prática é tão longo. Alguns levantam a possibilidade de que o BC esteja preparando alguma medida adicional. Outros consideram que pode ser só um prazo para os investidores se ajustarem.