Dólar comercial abre em alta de 0,29%, a R$ 1,712

Por Cristina Canas

São Paulo - O dólar comercial abriu o dia em alta de 0,29%, negociado a R$ 1,712 no mercado interbancário de câmbio. No pregão de ontem, a moeda norte-americana fechou em baixa de 0,47%, cotada a R$ 1,707. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar com liquidação à vista abriu as negociações em alta de 0,35%, a R$ 1,7115.

Hoje, não faltam notícias para o mercado de câmbio. Resta saber se elas chamarão atenção dos investidores domésticos a ponto de desviar o comportamento do dólar do já rotineiro e previsível embate entre perspectiva de fluxo cambial positivo e a atuação dupla do Banco Central (BC) no mercado à vista.

Na abertura, o aumento registrado no contrato futuro de dólar com vencimento em outubro ontem, após o encerramento das operações, e as pesadas atuações do governo do Japão para desvalorizar o iene sustentam o dólar em alta ante o real. Pela primeira vez em mais de seis anos, o Ministério da Fazenda do Japão anunciou a venda unilateral da divisa, sem definir um montante. As estimativas do mercado são de que as vendas de ienes estavam em 1 trilhão (cerca de US$ 11,7 bilhões) apenas na sessão asiática. Mas o governo avisou que continuou após o encerramento das operações naquele lado do planeta e que seguirá com as vendas durante a sessão de Nova York, se necessário.

Com isso, as moedas emergentes sobem ante o dólar na manhã de hoje. A China também atuou no mercado de moedas, ao fixar a taxa de paridade central dólar-yuan em novo recorde de baixa, levando a divisa chinesa para a quarta sessão seguida de ganhos ante o dólar. A medida ocorre em meio às discussões no Congresso dos EUA sobre sanções ao gigante asiático por causa de sua política cambial.

Para um especialista, a atuação forte do governo japonês no mercado de câmbio e a repercussão no mercado internacional de moedas deve ajudar a moeda norte-americana a permanecer acima de R$ 1,70 durante o pregão de hoje. "Isso é uma ajuda para suportar R$ 1,70, mas não quer dizer que o dólar vai encontrar fôlego para ir acima disso", afirmou. Segundo ele, o piso informal de R$ 1,70 deve ser testado ainda hoje ou nos próximos pregões.

No Brasil, o destaque do dia para o câmbio é a divulgação dos dados do fluxo cambial da semana passada. O mercado espera uma melhora no saldo, que estava negativo em US$ 319 milhões nos três primeiros dias do mês de setembro, com déficit de US$ 526 milhões na conta comercial e entrada líquida de US$ 207 milhões pela via financeira.