Dólar cai quase 1% em abril ante o real
Segundo analistas, queda deve continuar ao longo do próximo mês e pode levar a divisa norte-americana a testar o piso informal do Banco Central, de 1,95 real
Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2013 às 18h05.
São Paulo - O dólar encerrou em leve queda frente ao real nesta quinta-feira e fechou abril com variação negativa de quase 1 %, numa tendência que, segundo analistas, deve continuar ao longo do próximo mês e pode levar a divisa norte-americana a testar o piso informal do Banco Central, de 1,95 real.
O dólar cedeu 0,16 %, cotado a 2,0015 reais na venda. No acumulado do mês, a queda foi de 0,99 %.
"A liquidez de dólares deve continuar alta, e nesse ambiente de vasta liquidez internacional, a gente deve ter pressão de baixa no câmbio", disse o estrategista-chefe do WestLB, Luciano Rostagno, para quem o BC deve atuar quando a moeda se aproximar do 1,95 real, considerado o piso da banda informal.
A mais recente evidência de que a perspectiva é de abundância de divisas nos mercados globais veio nesta terça-feira, após a atividade de negócios no Meio-Oeste dos Estados Unidos registrar contração inesperada, alimentando expectativas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, deve dar continuidade a seu estímulo monetário.
Os investidores também estão esperando que o Banco Central Europeu (BCE) corte os juros básicos da zona do euro ainda nesta semana, o que aumentaria a atratividade do mercado brasileiro diante do recém-iniciado ciclo de aperto monetário.
No cenário doméstico, a perspectiva é de que o BC eleve a ainda mais a Selic. Nos mercados de juros futuros, as apostas majoritárias são de que o atual ciclo de aperto monetário totalizará 1 ponto percentual, com quatro altas de 0,25 ponto percentual.
"Eu acho que o fluxo cambial está melhorando um pouco na margem e isso deve levar o dólar a voltar um pouco para baixo", disse o economista-chefe da INVX Global, Eduardo Velho.
De acordo com dados do BC, o fluxo cambial reverteu o resultado negativo e passou a registrar superávit em abril devido à forte entrada de divisas na segunda semana do mês.
Para muitos analistas, esses fatores podem levar o BC a atuar no mercado para conter a depreciação da moeda norte-americana, tendo em vista que o dólar muito fraco reduz a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.
"O BC seria pressionado a comprar (dólares) por causa da produção industrial. Mas, na ponta vendedora, pesa o fato de que a inflação está pressionando", disse o gerente de análise da XP Investimentos, Caio Sasaki.
Segundo grande parte do mercado, essas preocupações levaram a autoridade monetária a impor uma banda cambial para a divisa entre os patamares de 1,95 e 2,03 reais.
Atualizada às 18h05.
São Paulo - O dólar encerrou em leve queda frente ao real nesta quinta-feira e fechou abril com variação negativa de quase 1 %, numa tendência que, segundo analistas, deve continuar ao longo do próximo mês e pode levar a divisa norte-americana a testar o piso informal do Banco Central, de 1,95 real.
O dólar cedeu 0,16 %, cotado a 2,0015 reais na venda. No acumulado do mês, a queda foi de 0,99 %.
"A liquidez de dólares deve continuar alta, e nesse ambiente de vasta liquidez internacional, a gente deve ter pressão de baixa no câmbio", disse o estrategista-chefe do WestLB, Luciano Rostagno, para quem o BC deve atuar quando a moeda se aproximar do 1,95 real, considerado o piso da banda informal.
A mais recente evidência de que a perspectiva é de abundância de divisas nos mercados globais veio nesta terça-feira, após a atividade de negócios no Meio-Oeste dos Estados Unidos registrar contração inesperada, alimentando expectativas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, deve dar continuidade a seu estímulo monetário.
Os investidores também estão esperando que o Banco Central Europeu (BCE) corte os juros básicos da zona do euro ainda nesta semana, o que aumentaria a atratividade do mercado brasileiro diante do recém-iniciado ciclo de aperto monetário.
No cenário doméstico, a perspectiva é de que o BC eleve a ainda mais a Selic. Nos mercados de juros futuros, as apostas majoritárias são de que o atual ciclo de aperto monetário totalizará 1 ponto percentual, com quatro altas de 0,25 ponto percentual.
"Eu acho que o fluxo cambial está melhorando um pouco na margem e isso deve levar o dólar a voltar um pouco para baixo", disse o economista-chefe da INVX Global, Eduardo Velho.
De acordo com dados do BC, o fluxo cambial reverteu o resultado negativo e passou a registrar superávit em abril devido à forte entrada de divisas na segunda semana do mês.
Para muitos analistas, esses fatores podem levar o BC a atuar no mercado para conter a depreciação da moeda norte-americana, tendo em vista que o dólar muito fraco reduz a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.
"O BC seria pressionado a comprar (dólares) por causa da produção industrial. Mas, na ponta vendedora, pesa o fato de que a inflação está pressionando", disse o gerente de análise da XP Investimentos, Caio Sasaki.
Segundo grande parte do mercado, essas preocupações levaram a autoridade monetária a impor uma banda cambial para a divisa entre os patamares de 1,95 e 2,03 reais.
Atualizada às 18h05.