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Dólar cai em última sessão do ano, mas acumula 3ª alta anual consecutiva

O dólar interbancário terminou esta segunda-feira em queda de 0,91%, a R$ 4,01 na venda — menor patamar desde 5 de novembro

Dólar; Câmbio; Dólares (burakpekakcan/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 30 de dezembro de 2019 às 17h22.

Última atualização em 30 de dezembro de 2019 às 18h21.

São Paulo — O dólar fechou em firme queda ante o real nesta segunda-feira (30), última sessão de 2019, no menor patamar desde o começo de novembro, com investidores se desfazendo da moeda norte-americana em sintonia com a fraqueza da divisa no exterior.

O dólar interbancário terminou esta segunda-feira em queda de 0,91%, a 4,0129 reais na venda. É o menor patamar desde 5 de novembro.

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A taxa de câmbio mais perto de 4 reais marca o fim de um ano de diversos choques para o real. Depois de se depreciar cerca de 14% em 2018, a moeda brasileira precisou lidar ao longo de 2019 com incertezas sobre a reforma da Previdência, a guerra tarifária entre EUA e China e a crise argentina --esta com parte importante na expressiva diminuição do saldo comercial brasileiro em 2019.

Mas em dezembro os sinais voltaram a ficar mais positivos. A moeda dos Estados Unidos já vinha perdendo força desde o começo do mês, conforme se reduziu a demanda por segurança depois de EUA e China terem chegado à fase 1 de um acordo comercial.

Nas últimas sessões, contudo, as vendas da divisa em todo o mundo se acentuaram, à medida que investidores buscaram mais ativos de risco confiantes num cenário positivo para a economia mundial em 2020.

Em dezembro, o dólar acumulou queda de 5,37% --maior baixa para qualquer mês desde janeiro deste ano. Pela taxa Ptax de venda, o dólar caiu 4,58% em dezembro, maior queda para o mês desde 2001.

No Brasil, o movimento de queda foi endossado por sinais mais claros de ganho de fôlego da atividade doméstica, o que pode atrair mais investimentos estrangeiros e aumentar a oferta de liquidez, reduzindo eventual pressão de alta sobre o dólar.

Além disso, a aceleração da economia local tem fortalecido expectativas de que o Banco Central evite novos cortes de juros, o que por sua vez mitigaria mais redução nos diferenciais de taxa entre Brasil e o mundo. Esse spread de juros é visto como um dos fatores de atratividade de uma moeda e, quanto maior, mais favorável à divisa de juro mais alto.

Em 2019, a moeda subiu 3,54%, depois de saltar 16,94% em 2018 e subir 1,79% em 2017.

Analistas do BB Investimentos preveem dólar a 4,00 reais ao fim de 2020, virtualmente estável frente ao patamar atual. Segundo eles, apesar de o risco-país (medido pelo CDS) se encontrar nas mínimas em vários anos, o diferencial de juros ainda vai pesar contra o real.

"As previsões para o câmbio nos próximos anos são baseadas no menor diferencial de taxas de juros junto com o menor prêmio de risco", afirmaram em nota.

Na Focus, sondagem realizada pelo BC com analistas de mercado, a mediana das estimativas aponta dólar de 4,08 reais ao fim de 2020, menor que a taxa de 4,10 reais da semana anterior.

Profissionais da CrossBorder Capital chamaram atenção para o elevado apetite por risco no Brasil, fator que pode beneficiar o real. A instituição coloca o país junto com Coreia e Índia entre os mais atrativos no universo emergente.

Na B3, o dólar futuro recuava 0,75% nesta segunda-feira, a 4,0180 reais.

No exterior, o dólar caía frente a várias divisas emergentes. Contra uma cesta de rivais do G10, a moeda recuava 0,19%, para perto de mínimas desde julho.

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