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Após BC estender atuação, dólar cai e vai abaixo de R$3,80

Às 10:35, o dólar recuava 0,54%, a 3,7914 reais na venda, depois de saltar 2,64% na véspera

BC: nesta sessão, o BC já realizou a venda de 35 mil novos swaps, totalizando 20,5 bilhões de dólares desde então (Hafidz Mubarak/Reuters)
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Clara Cerioni

Publicado em 15 de junho de 2018 às 09h32.

Última atualização em 15 de junho de 2018 às 10h46.

São Paulo - O dólar operava em queda ante o real nesta sexta-feira, após o Banco Central anunciar que estenderá sua atuação no mercado, mesmo que com menor ímpeto do que fez nesta semana, trazendo mais alívio para os investidores diante da cena política e fiscal preocupante do país.

Às 10:35, o dólar recuava 0,54 por cento, a 3,7914 reais na venda, depois de saltar 2,64 por cento na véspera, a maior alta desde 18 de maio de 2017.

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Na mínima do dia, a moeda norte-americana foi a 3,7523 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,5 por cento.

"Já existia expectativa de que ele (BC) continuaria atuando", afirmou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva. "O mercado já se convenceu de que ele está fazendo o que está dizendo. Se os 10 bilhões de dólares não forem suficientes, coloca mais. O BC tem lastro para isso", acrescentou.

Na noite passada, o BC informou que fará de 18 a 22 de junho oferta adicional de 10 bilhões de dólares em contratos de swap cambial, equivalentes à venda da moeda no mercado futuro, e que não descarta ultrapassar consideravelmente os limites do que a autoridade monetária já fez no passado.

O volume é a metade do que anunciou para esta semana em novos swaps, além dos leilões diários de 750 milhões de dólares que já vinha fazendo antes. O BC reafirmou ainda que colocaria todo esse volume em swaps até essa sessão, que somava o equivalente a 24,5 bilhões de dóalres.

Nesta sessão, o BC já realizou a venda de 35 mil novos swaps, totalizando 20,5 bilhões de dólares desde então.

Além disso, anunciou a oferta de até 8.800 swaps cambiais tradicionais para rolagem do vencimento de julho.

O mercado doméstico piorou nas últimas semanas após a greve dos caminhoneiros, em maio, elevar as preocupações com a deterioração do quadro fiscal do Brasil, com a redução do preço do diesel gerando impacto bilionário sobre as contas do governo.

Além disso, pesquisas eleitorais mostraram dificuldade dos candidatos que o mercado considera como mais comprometidos com ajustes fiscais de ganhar tração na corrida presidencial.

"O fato de o BC falar o valor que pretende ofertar acaba favorecendo a especulação", afirmo o operador de câmbio de uma corretora nacional ao criticar o anúncio do montante a ser injetado no mercado.

A cena externa também tem ajudado a pressionar as cotações no mercado local, sobretudo com a expectativa de que os juros nos Estados Unidos subam mais e acabem atraindo recursos aplicados hoje em outras praças, como a brasileira.

No exterior, o dólar rondava a estabilidade ante uma cesta e exibia queda ante a maioria das divisas de países emergentes, como o peso mexicano.

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