Dólar cai ante real, afetado por salto do euro e fluxo
Segundo especialistas, a alta do juro não determinou o recuo da divisa norte-americana
Da Redação
Publicado em 7 de março de 2013 às 18h05.
A forte valorização do euro ante o dólar após declarações otimistas sobre a economia feitas pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, e o fluxo cambial levemente positivo no mercado doméstico conduziram o movimento de queda da moeda norte-americana ante o real nesta quinta-feira, segundo operadores de câmbio. O giro financeiro diário se manteve firme, perto de US$ 3 bilhões.
A reação em alta dos juros futuros à mudança no comunicado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na noite passada, que também manteve a taxa Selic em 7,25% ao ano, foi acompanhada pelos agentes de câmbio, mas não determinou o ajuste de baixa da moeda norte-americana, de acordo com esses especialistas.
A justificativa deles é que a manutenção da Selic era esperada e que a retirada da expressão "suficientemente prolongada" do comunicado do Copom não dissipou totalmente a dúvida sobre quando será o eventual início de um novo ciclo de aperto monetário visando a segurar a inflação.
No mercado à vista, o dólar fechou a R$ 1,9610, em baixa de 0,41%. Na BM&FBovespa, o dólar spot terminou em queda de 0,30%, a R$ 1,9615. No mercado futuro, no fim da tarde, o contrato de dólar com vencimento em 1º de abril recuava 0,53%, para R$ 1,9670.
A curva de juros futuros mostrou nesta sessão uma elevação das apostas de alta da Selic em abril e também em maio, embora analistas ainda discutam se o começo do ciclo de aperto monetário se dará realmente no próximo mês. Alguns economistas consideram ainda a possibilidade de o governo adotar medidas macroprudenciais antes de elevar o juro básico, de modo a não prejudicar o crescimento do País. Neste caso, uma eventual alta de juro poderia ficar para o segundo semestre, se a economia não reagir bem até lá.
O desempenho favorável da produção industrial em janeiro, divulgado mais cedo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), animou o governo. Um dos destaques apontados pela equipe econômica foi o crescimento de 4,9% dos insumos típicos da construção civil em relação a dezembro do ano passado e de 1,7% em comparação ao mesmo mês de 2012.
Nesse contexto, a percepção é que o Banco Central deva seguir atento ao câmbio e, se considerar necessário, poderá intervir para conter oscilações exageradas. Parece haver consenso que a taxa do dólar possa seguir entre R$ 1,95 e R$ 2,00/R$ 2,05, a fim de não atrapalhar nem o crescimento nem o controle da inflação.
O fluxo cambial diário ligeiramente positivo desde o início deste mês, em razão do começo dos embarques da safra agrícola de grãos e de fibras de algodão, tem ajudado nessa calibragem. A grande posição vendida líquida dos bancos em dólar à vista no fim de fevereiro, de US$ 8,521 bilhões, também ampara certo interesse de que o dólar fique um pouco mais desvalorizado ante o real, disse um operador de uma corretora.
A forte valorização do euro ante o dólar após declarações otimistas sobre a economia feitas pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, e o fluxo cambial levemente positivo no mercado doméstico conduziram o movimento de queda da moeda norte-americana ante o real nesta quinta-feira, segundo operadores de câmbio. O giro financeiro diário se manteve firme, perto de US$ 3 bilhões.
A reação em alta dos juros futuros à mudança no comunicado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na noite passada, que também manteve a taxa Selic em 7,25% ao ano, foi acompanhada pelos agentes de câmbio, mas não determinou o ajuste de baixa da moeda norte-americana, de acordo com esses especialistas.
A justificativa deles é que a manutenção da Selic era esperada e que a retirada da expressão "suficientemente prolongada" do comunicado do Copom não dissipou totalmente a dúvida sobre quando será o eventual início de um novo ciclo de aperto monetário visando a segurar a inflação.
No mercado à vista, o dólar fechou a R$ 1,9610, em baixa de 0,41%. Na BM&FBovespa, o dólar spot terminou em queda de 0,30%, a R$ 1,9615. No mercado futuro, no fim da tarde, o contrato de dólar com vencimento em 1º de abril recuava 0,53%, para R$ 1,9670.
A curva de juros futuros mostrou nesta sessão uma elevação das apostas de alta da Selic em abril e também em maio, embora analistas ainda discutam se o começo do ciclo de aperto monetário se dará realmente no próximo mês. Alguns economistas consideram ainda a possibilidade de o governo adotar medidas macroprudenciais antes de elevar o juro básico, de modo a não prejudicar o crescimento do País. Neste caso, uma eventual alta de juro poderia ficar para o segundo semestre, se a economia não reagir bem até lá.
O desempenho favorável da produção industrial em janeiro, divulgado mais cedo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), animou o governo. Um dos destaques apontados pela equipe econômica foi o crescimento de 4,9% dos insumos típicos da construção civil em relação a dezembro do ano passado e de 1,7% em comparação ao mesmo mês de 2012.
Nesse contexto, a percepção é que o Banco Central deva seguir atento ao câmbio e, se considerar necessário, poderá intervir para conter oscilações exageradas. Parece haver consenso que a taxa do dólar possa seguir entre R$ 1,95 e R$ 2,00/R$ 2,05, a fim de não atrapalhar nem o crescimento nem o controle da inflação.
O fluxo cambial diário ligeiramente positivo desde o início deste mês, em razão do começo dos embarques da safra agrícola de grãos e de fibras de algodão, tem ajudado nessa calibragem. A grande posição vendida líquida dos bancos em dólar à vista no fim de fevereiro, de US$ 8,521 bilhões, também ampara certo interesse de que o dólar fique um pouco mais desvalorizado ante o real, disse um operador de uma corretora.