Dólar cai 0,86%, ainda sob impacto de medidas do governo
Preocupação do governo com desvalorização do real continuou a impactar o mercado
Da Redação
Publicado em 6 de dezembro de 2012 às 18h07.
São Paulo - O dólar caiu ante o real pela quarta sessão seguida nesta quinta-feira, voltando ao patamar de 2,07 reais, ainda sob o efeito das medidas anunciadas nos últimos dias pelo governo para estimular a entrada de divisas no país.
As medidas, que baratearam a tomada de crédito externo por empresas, levantavam dúvidas sobre uma possível mudança na estratégia cambial do governo, que agora aparenta estar mais preocupado com a recente desvalorização do real.
A moeda norte-americana caiu 0,86 por cento, encerrando a 2,0790 reais na venda, menor nível desde o dia 14 de novembro, quando fechou a 2,0660 reais.
Durante o dia, a moeda oscilou entre 2,0752 reais e 2,0880 reais. Segundo dados da BM&F, o volume negociado foi de 2,545 bilhões de dólares.
A queda do dólar teve início na segunda-feira, quando o Banco Central reagiu ao rali que tinha levado a moeda a encostar no nível de 2,14 reais no fim da semana passada.
"O movimento de alta da moeda foi exagerado e agora o mercado vai corrigir isso, aparentemente o próprio governo não quer um dólar tão alto", disse o economista-chefe do BES Investimentos, Jankiel Santos.
Para Santos, as medidas tomadas recentemente pelo governo reforçam a percepção de que era preciso controlar uma alta excessiva da divisa norte-americana.
MUDANÇA DE ESTRATÉGIA?
O dólar subiu quase 5 por cento em novembro pois fracos números de crescimento alimentaram interpretações no mercado de que o governo favorecia um real mais desvalorizado para incentivar as exportações do país.
Diversas autoridades do governo chegaram a sinalizar essa intenção.
Enquanto a presidente Dilma Rousseff sugeriu em entrevista a um jornal brasileiro que o dólar não estava desvalorizado o suficiente, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou no dia 23 de novembro que a taxa de câmbio não estava completamente satisfatória quando o dólar era negociado em torno de 2,11 reais.
A enxurrada de intervenções para enfraquecer o dólar nesta semana, no entanto, levou muitos investidores a se perguntarem se o governo estaria mudando sua estratégia.
O BC começou a investida com leilões de swap cambial tradicional --equivalentes a uma venda de dólares no mercado futuro-- e leilões de venda de dólares conjugado com leilões de compra na segunda-feira. O dólar recuou, mas permaneceu acima de 2,12 reais.
Então na terça-feira começaram as medidas para destravar a entrada de dólares no país. O BC facilitou o financiamento ao exportador, aumentando o prazo para a isenção de taxação do pagamento antecipado, e o governo divulgou decreto na quarta-feira reduzindo a incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre empréstimos em moeda estrangeira.
Há a avaliação no mercado de que, apesar de o governo querer um dólar mais forte para estimular a indústria e a economia, também é preciso controlar a velocidade da elevação da moeda para suavizar o impacto na inflação.
Além disso, alguns economistas alertam que o dólar mais alto estaria prejudicando outros setores da indústria, dependentes de importação de insumos e componentes.
São Paulo - O dólar caiu ante o real pela quarta sessão seguida nesta quinta-feira, voltando ao patamar de 2,07 reais, ainda sob o efeito das medidas anunciadas nos últimos dias pelo governo para estimular a entrada de divisas no país.
As medidas, que baratearam a tomada de crédito externo por empresas, levantavam dúvidas sobre uma possível mudança na estratégia cambial do governo, que agora aparenta estar mais preocupado com a recente desvalorização do real.
A moeda norte-americana caiu 0,86 por cento, encerrando a 2,0790 reais na venda, menor nível desde o dia 14 de novembro, quando fechou a 2,0660 reais.
Durante o dia, a moeda oscilou entre 2,0752 reais e 2,0880 reais. Segundo dados da BM&F, o volume negociado foi de 2,545 bilhões de dólares.
A queda do dólar teve início na segunda-feira, quando o Banco Central reagiu ao rali que tinha levado a moeda a encostar no nível de 2,14 reais no fim da semana passada.
"O movimento de alta da moeda foi exagerado e agora o mercado vai corrigir isso, aparentemente o próprio governo não quer um dólar tão alto", disse o economista-chefe do BES Investimentos, Jankiel Santos.
Para Santos, as medidas tomadas recentemente pelo governo reforçam a percepção de que era preciso controlar uma alta excessiva da divisa norte-americana.
MUDANÇA DE ESTRATÉGIA?
O dólar subiu quase 5 por cento em novembro pois fracos números de crescimento alimentaram interpretações no mercado de que o governo favorecia um real mais desvalorizado para incentivar as exportações do país.
Diversas autoridades do governo chegaram a sinalizar essa intenção.
Enquanto a presidente Dilma Rousseff sugeriu em entrevista a um jornal brasileiro que o dólar não estava desvalorizado o suficiente, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou no dia 23 de novembro que a taxa de câmbio não estava completamente satisfatória quando o dólar era negociado em torno de 2,11 reais.
A enxurrada de intervenções para enfraquecer o dólar nesta semana, no entanto, levou muitos investidores a se perguntarem se o governo estaria mudando sua estratégia.
O BC começou a investida com leilões de swap cambial tradicional --equivalentes a uma venda de dólares no mercado futuro-- e leilões de venda de dólares conjugado com leilões de compra na segunda-feira. O dólar recuou, mas permaneceu acima de 2,12 reais.
Então na terça-feira começaram as medidas para destravar a entrada de dólares no país. O BC facilitou o financiamento ao exportador, aumentando o prazo para a isenção de taxação do pagamento antecipado, e o governo divulgou decreto na quarta-feira reduzindo a incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre empréstimos em moeda estrangeira.
Há a avaliação no mercado de que, apesar de o governo querer um dólar mais forte para estimular a indústria e a economia, também é preciso controlar a velocidade da elevação da moeda para suavizar o impacto na inflação.
Além disso, alguns economistas alertam que o dólar mais alto estaria prejudicando outros setores da indústria, dependentes de importação de insumos e componentes.