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Dólar cai 0,05% atento ao BC e com dados mistos no exterior

Autoridades brasileiras têm expressado o desejo de manter o real desvalorizado com o objetivo de aumentar a competitividade da indústria brasileira no exterior

Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro (Reuters)
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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2012 às 13h29.

São Paulo - Diante de dados econômicos mistos no exterior, o dólar registrava leve queda ante o real nesta quarta-feira, evidenciando o afastamento do investidor de um mercado com pouco espaço para oscilações devido às intervenções das autoridades brasileiras.

Às 13h38, a moeda norte-americana tinha variação negativa de 0,05 por cento, para 2,0270 reais na venda. Segundo dados da BM&F, o volume negociado estava em torno de 1,8 bilhão de dólares.

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"O mercado vem engessado, equilibrado mesmo com um cenário externo ruim. O ponto é que o mercado está administrado", afirmou o especialista em câmbio da Icap Corretora Italo dos Santos.

O BC atuou no mercado de câmbio na véspera para rolar contratos de swap cambial reverso --equivalentes a uma compra de dólares no mercado futuro-- com vencimento em 1º de novembro.

Para operadores, a ação foi mais um sinal de que a autoridade moentária está determinada a manter o dólar acima de 2 reais.

Somando-se a tais evidências, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou em entrevista publicada no jornal Valor Econômico nesta quarta-feira que o câmbio flutuante "depende do que o resto do mundo está fazendo", admitindo que o Brasil está trabalhando com uma "flutuação suja". No entanto, Mantega negou que a taxa de câmbio seja fixa.

Autoridades brasileiras têm expressado o desejo de manter o real desvalorizado com o objetivo de aumentar a competitividade da indústria brasileira no exterior. Como consequência de tais declarações e intervenções do BC, o mercado consolidou 2 reais como um piso informal para a moeda.

"O mercado continua com baixa volatilidade porque o dólar é negociado numa banda cada vez mais estreita", afirmou o consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi Mauricio Nakahodo.

"Ainda trabalhamos com a banda de 2 a 2,10 reais devido ao padrão de intervenção do BC, mas a verdade é que está ainda mais estreita. Perto de 2,02 reais o BC já atua", completou, referindo-se à intervenção do BC no início de outubro, quando anunciou um leilão de swap cambial reverso com o dólar perto de 2,016 reais.


No exterior, moedas ligadas a commodities ganhavam terreno ante o dólar depois que dados do setor industrial da China vieram acima das expectativas. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) do HSBC para a indústria do país subiu para o maior nível em três meses, para 49,1 em outubro, apontando para uma melhora da segunda maior economia do mundo.

O dólar australiano subia 0,68 por cento e o dólar neo-zelandês avançava 0,46 por cento ante à divisa norte-americana.

Por outro lado, o euro era pressionado por números ruins sobre a motor da zona do euro, a Alemanha, e cedia 0,21 por cento frente ao dólar. O índice de clima de negócios do país caiu para surpreendentes 100,0 em outubr`,o ante 101,4 em setembro, enquanto o setor privado recuou pelo sexto mês seguido. .

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