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Dólar abre em queda após garantia do BCE

Os primeiros negócios com dólar futuro na BM&F sinalizaram para uma realização pontual de ganhos

Notas de dólar (Getty Images)

Notas de dólar (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2012 às 11h04.

São Paul - O dólar à vista abriu em queda de 0,40% nesta quarta-feira, a R$ 1,9920 no balcão e em baixa de 0,54%, a R$ 1,9892 (-0,54%) na BM&F, acompanhando a direção da moeda no mercado futuro desde o começo da sessão. Os primeiros negócios com dólar futuro na BM&F sinalizaram para uma realização pontual de ganhos, após a moeda fechar na terça-feira em R$ 2,00 no mercado à vista, pela primeira vez desde 10 de julho de 2009.

A venda de moeda norte-americana aqui e no exterior está sendo estimulada pela garantia do Banco Central Europeu (BCE) de que continuará a dar suporte aos bancos gregos. Às 10h13, o dólar para junho de 2012 caía 0,57%, a R$ 1,9980, após oscilar entre R$ 2,0050 (-0,22%) na abertura e R$ 1,9940 (-0,77%).

Esse movimento acompanha a discreta melhora do euro ante o dólar no mercado externo. Após atingir mínima de 1,2681 mais cedo, o euro devolveu gradualmente a queda e, às 10h17, estava em US$ 1,2749, ante US$ 1,2730 no fim da tarde de terça-feira. Ainda assim, a recuperação não parece consistente e alguns operadores de câmbio do mercado doméstico consultados não descartam a possibilidade de o dólar retomar o sinal de alta ainda nesta quarta-feira.

Isso porque os investidores continuam temerosos quanto a um possível contágio que uma eventual saída da Grécia da zona do euro após as eleições em 17 de junho teria sobre outros países da região, como Espanha, Itália, Portugal e Irlanda. Os partidos políticos gregos estão reunidos nesta quarta-feira para formar um governo provisório que atue até as novas eleições.

Além disso, o conselho do BCE tem reunião de rotina nesta quarta-feira. Logo cedo, relatos de um aumento acentuado da retirada de depósitos dos bancos da Grécia, motivada por temores de que o país pode ter de sair da zona euro, ajudaram a enfraquecer o euro. Prontamente, o BCE logo anunciou que continuará a dar suporte aos bancos gregos, trazendo certo alívio aos mercados.

Os primeiros indicadores dos Estados Unidos divulgados até agora não permitem ainda cravar uma direção para o dólar no mercado de moedas durante o dia. Parte dos dados veio em linha ou acima das previsões e outra parcela pior do que as expectativas.

Enquanto o dado de produção industrial norte-americana subiu 1,1% em abril, acima da previsão de +0,6%, o mesmo dado do mês anterior sofreu revisão para baixo, de estável anteriormente para -0,6%.


As construções de moradias nos EUA subiram 2,6% em comparação com março, para a taxa anual ajustada sazonalmente de 717 mil, acima da estimativa de aumento para 685 mil, e em relação a abril do ano passado avançou quase 30%. As construções de março foram revisadas de 654 mil para 699 mil - ou de queda de 5,8% para queda de 2,6% em relação a fevereiro.

A realização de lucros no mercado de câmbio local é estimulada, pelo menos neste começo de sessão, pela alta de mais de 4% acumulada pelo dólar só neste mês e de quase 16% desde 29 de fevereiro.

Isso porque a partir de 3 de março e até 27 de abril, para combater a apreciação do real, o Banco Central fez dezenas de leilões de compra de dólar e o governo adotou várias medidas, como o aumento de IOF sobre empréstimos externos de até 5 anos e a restrição a posições vendidas no mercado de derivativos cambiais, além de outras ações. Paralelamente, a piora da situação política e econômica da Grécia contribuiu para essa evolução recente do dólar.

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