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Dólar abre em alta, mas oscila em margens estreitas

O mercado doméstico deve seguir "travado", com a moeda americana encontrando pouco espaço para oscilar ante o real

Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro (Reuters)

Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2012 às 10h00.

São Paulo - Apesar da ausência de declarações de autoridades do governo sobre o câmbio e de intervenções do Banco Central por quatro dias seguidos, o mercado doméstico deve seguir "travado", com o dólar encontrando pouco espaço para oscilar ante o real. Porém, o sinal negativo que prevalece nos mercados internacionais, içando a moeda norte-americana ante as principais rivais estrangeiras, deve permitir um dia de alta nos negócios locais em meio à agenda econômica mais fraca ao redor do mundo.

Por volta das 9h30, no mercado de balcão, o dólar à vista abria em alta de 0,10%, a R$ 2,026. Instantes após, cravou a máxima, a R$ 2,028 (+0,20%). No mesmo horário, na BM&F Bovespa, o contrato futuro do dólar para outubro subia 0,15%, a R$ 2,029, depois de abrir em alta de 0,17%, a R$ 2,0295. Já no exterior, por volta das 9h, o dólar norte-americano tinha alta de 0,52% ante o dólar australiano; avançava 0,44% ante o dólar canadense; crescia 0,22% ante a rupia indiana e ganhava 0,41% ante a lira turca.

Para um operador de câmbio de uma corretora internacional, as perdas exibidas pelos mercados no exterior podem ajudar o dólar a subir ante o real. "Até porque, para cima, o Banco Central e o Mantega deixam", avalia, referindo-se às sucessivas intervenções da autoridade monetária até o início da semana passada e ao discurso incisivo e ameaçador do ministro da Fazenda para refrear a valorização do real.

Segundo ele, a lateralidade do dólar ante o real, que preponderou na semana passada, não deve seguir em voga nesta segunda-feira. "Hoje o mercado não está com essa cara", diz. Isso porque permanece a apreensão dos investidores com Espanha e Grécia. Enquanto o primeiro país segue relutante em pedir formalmente um resgate financeiro, o segundo se prepara para apresentar um plano multibilionário de cortes orçamentários.

Ainda por volta das 9h, o euro valia US$ 1,2920, de US$ 1,2978 ao final da semana passada. A Bolsa de Madri liderava as perdas na região, com -1,57%. Em Nova York, o futuro do S&P 500 caía 0,39%, à espera de dados regionais de atividade em Chicago e em Dallas, que saem logo mais, e antes de indicadores de peso, como a leitura revisado do PIB dos EUA, na quinta-feira.

Porém, a diretora de câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares, afirma, em relatório, que, embora os sinais no exterior continuem relevantes para a dinâmica dos mercados, "no Brasil, cada vez mais, as variáveis estão sendo afetadas por declarações e medidas do governo".

"O câmbio segue cada vez mais travado em patamar próximo de R$ 2,00 por dólar, sendo que a Fazenda tem se mostrado enfática ao dizer que não permitirá a valorização do real", avalia, acrescentando que isso provoca o descolamento da taxa em relação aos fundamentos macroeconômicos. "Neste momento, esses fundamentos apontariam para um real mais forte", completa.

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