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Dólar supera R$ 4 com eleições argentinas e guerra comercial

Às 10:08, o dólar avançava 1,53%, a 4,0024 reais na venda

Dólar: moeda sobe nesta segunda (12) com eleições na Argentina e disputa comercial EUA-China (Marcos Brindicci/Reuters)
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Reuters

Publicado em 12 de agosto de 2019 às 09h20.

Última atualização em 12 de agosto de 2019 às 10h48.

São Paulo — O dólar subia fortemente ante o real nesta segunda-feira, superando o nível de 3,99 reais logo após a abertura, em meio à aversão ao risco ligada à disputa EUA-China e às perspectivas de que o presidente argentino, Mauricio Macri, não conseguirá se reeleger nas eleições de outubro.

Às 10:08, o dólar avançava 1,53%, a 4,0024 reais na venda, depois de chegar na máxima de 4,0043 reais na venda.

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Na sexta-feira, o dólar encerrou em alta de 0,39%, a 3,942 reais na venda. Foi a quarta semana consecutiva de alta.

O dólar futuro de maior liquidez avançava por volta de 1,5% neste pregão.

Acompanhando o movimento global, as negociações locais de câmbio iniciavam a semana em meio à aversão ao risco, ainda em função da guerra comercial entre Estados Unidos e China, mais notadamente por temores de que a demora em encontrar uma solução para a disputa, somado a um Brexit sem acordo, possam levar as principais economias para uma recessão.

"Essa falta de novidade em relação à tratativa comercial está deixando investidores muito apreensivos. Não sabemos quanto tempo isso vai durar, há preocupação de que essa guerra comercial possa se prolongar e isso está assustando um pouco os investidores", afirmou a economista da CM Capital Markets, Camila Abdelmalack, acrescentando que isso poderá implicar em revisões às projeções de crescimento das principais economias do mundo.

Nesta segunda-feira, um novo fator contribuía para o sentimento de aversão ao risco, mais especificamente sobre as emergentes, após eleições primárias na Argentina no fim de semana apontarem para uma derrota da chapa do atual presidente, Mauricio Macri.

Eleitores argentinos rejeitaram com ênfase as políticas econômicas austeras de Macri nas eleições primárias de domingo, colocando em grandes dificuldades suas chances de reeleição em outubro, mostraram resultados oficiais iniciais.

A coalizão que apoia o candidato de oposição Alberto Fernández — cuja companheira de chapa é a ex-presidente Cristina Kirchner — liderava com 47,3% dos votos, uma vantagem de 15 pontos percentuais, com 88% das urnas apuradas.

Investidores veem Fernández como uma perspectiva mais arriscada do que o pró-mercado Macri devido às políticas intervencionistas prévias da oposição.

De acordo com Abdelmalack, o resultado das primárias pode pesar sobre os mercados da América do Sul, mas já era em parte antecipado por pesquisas e notícias nos últimos meses.

"Já era aguardado. Não é uma surpresa essa derrota do Macri nas primárias. Agora precisamos entender se o percentual ficou muito além do que era esperado", explicou a economista.

No panorama doméstico, investidores seguem acompanhando a tramitação da reforma da Previdência no Senado. Na sexta-feira, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que a reforma será aprovada pelo Senado e que eventuais alterações que possam ocorrer na proposta serão viabilizadas por meio de uma chamada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) paralela.

A agenda desta segunda-feira ainda é carregada de participações de autoridades em eventos. O ministro da Economia, Paulo Guedes, abre o dia com participação em seminário em Brasília, e a manhã ainda terá palestra do secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, em São Paulo.

Também estão previstas as presenças do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento em São Paulo.

O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 11 mil contratos de swap cambial tradicional, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento outubro de 2019.

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