Exame Logo

Dados ruins levam mercado a buscar proteção no dólar

No Brasil, a persistência de um fluxo cambial negativo neste mês também adiciona pressão de alta ao dólar

No mercado à vista, o dólar abriu a R$ 1,9670 no balcão, com alta de 0,15%. Até 9h30, o dólar spot oscilou de R$ 1,9650 (+0,05%) a R$ 1,9710 (+0,36%) (Oscar Siagian/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2013 às 12h53.

São Paulo - Dados decepcionantes sobre a atividade econômica na zona do euro e as quedas na confiança da indústria e do Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) no Brasil em fevereiro, divulgados na manhã desta quinta-feira, amparam uma nova uma rodada de aversão ao risco nos mercados financeiro no País.

A busca de proteção prevalece no mercado internacional e mantém o dólar valorizado em relação ao euro e as principais moedas correlacionadas a commodities. O mercado doméstico de câmbio acompanha o movimento de compra e a moeda dos EUA abriu em campo positivo.

O ajuste de alta do dólar foi acionado na quarta-feira (20) e se intensificou após a sinalização para a possibilidade do fim de compras de ativos contida na ata da última reunião do Federal Reserve dos EUA. Na ata, alguns diretores do Fed mostraram a preocupação de que a política monetária frouxa dos EUA possa levar à instabilidade nos mercados financeiros.

"Vários participantes declararam que a avaliação em andamento sobre a eficácia, os custos e os riscos das compras de ativos pode muito bem levar o Comitê a reduzir ou encerrar suas compras antes de julgar que uma melhora substancial na perspectiva para o mercado de mão de obra aconteceu", diz o documento.

No Brasil, a persistência de um fluxo cambial negativo neste mês também adiciona pressão de alta ao dólar. Mas, um ajuste positivo da moeda ante o real pode ser limitado pela proximidade do fim do mês e do interesse de uma parcela do mercado no recuo de preço da divisa dos EUA.


Ainda assim, o gerente da mesa de derivativos de uma corretora, afirma que o dólar pode subir ante o real porque não está valendo muito mais a pena para os investidores ficarem vendidos em câmbio. "O dólar já está em um nível baixo e o risco de o BC intervir para segurar sua cotação se torna mais visível", analisou.

Segundo o especialista, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, já alinharam seus discursos no sentido de apontar ao mercado que o dólar não é o principal instrumento de controle da inflação e sim os juros.

"Buscar um controle da inflação pelo câmbio pode prejudicar o crescimento, uma vez que desestimularia investimentos industriais", afirmou.

Para ele, a perspectiva de uma diminuição das compras de ativos pelo Fed, os números fracos de atividade na zona do euro e o fluxo cambial negativo no Brasil devem dar fôlego ao desempenho positivo da moeda norte-americana.

No mercado à vista, o dólar abriu a R$ 1,9670 no balcão, com alta de 0,15%. Até 9h30, o dólar spot oscilou de R$ 1,9650 (+0,05%) a R$ 1,9710 (+0,36%).

Na BM&FBovespa, no mesmo horário, o contrato de dólar com vencimento em 1º de março de 2013 avançava 0,25%, a R$ 1,9685, após oscilar de R$ 1,9680 (+0,23%) A R$ 1,9715 (+0,41%).


Os agentes do mercado financeiro interno esperam novos sinais do Banco Central sobre a condução da política monetária, que podem vir nesta quinta-feira do diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton, que apresentará o Boletim Regional Trimestral do Banco Central, em Belo Horizonte, a partir das 10 horas.

Mais cedo, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 0,4% em fevereiro, ante janeiro, conforme prévia da Sondagem da Indústria.

A queda foi puxada pela piora na avaliação sobre a economia atualmente. Na prévia, o Índice da Situação Atual (ISA) recuou 0,7% neste mês, depois de avançar 0,3% no mês anterior. Já o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) ficou em 84,1%, de 84,5% em janeiro. Às 11 horas, sai o Índice de Confiança do Empresário Industrial de fevereiro da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

No exterior, as principais bolsas europeias exibem perdas fortes, as commodities agrícolas, o cobre e o petróleo operam em baixa, enquanto o euro é negociado abaixo da marca de US$ 1,32.

Em Nova York, às 9h35, o euro estava em US$ 1,3182, de US$ 1,3280 no fim da tarde de quarta (20). Ante moedas "commodities", o dólar norte-americano subia em relação ao dólar australiano (+0,07%), o dólar canadense (+0,25%), o peso chileno (+0,16%), a rupia indiana (+0,75%), o peso mexicano (+0,39%) e o dólar neozelandês (+0,12%).

Veja também

São Paulo - Dados decepcionantes sobre a atividade econômica na zona do euro e as quedas na confiança da indústria e do Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) no Brasil em fevereiro, divulgados na manhã desta quinta-feira, amparam uma nova uma rodada de aversão ao risco nos mercados financeiro no País.

A busca de proteção prevalece no mercado internacional e mantém o dólar valorizado em relação ao euro e as principais moedas correlacionadas a commodities. O mercado doméstico de câmbio acompanha o movimento de compra e a moeda dos EUA abriu em campo positivo.

O ajuste de alta do dólar foi acionado na quarta-feira (20) e se intensificou após a sinalização para a possibilidade do fim de compras de ativos contida na ata da última reunião do Federal Reserve dos EUA. Na ata, alguns diretores do Fed mostraram a preocupação de que a política monetária frouxa dos EUA possa levar à instabilidade nos mercados financeiros.

"Vários participantes declararam que a avaliação em andamento sobre a eficácia, os custos e os riscos das compras de ativos pode muito bem levar o Comitê a reduzir ou encerrar suas compras antes de julgar que uma melhora substancial na perspectiva para o mercado de mão de obra aconteceu", diz o documento.

No Brasil, a persistência de um fluxo cambial negativo neste mês também adiciona pressão de alta ao dólar. Mas, um ajuste positivo da moeda ante o real pode ser limitado pela proximidade do fim do mês e do interesse de uma parcela do mercado no recuo de preço da divisa dos EUA.


Ainda assim, o gerente da mesa de derivativos de uma corretora, afirma que o dólar pode subir ante o real porque não está valendo muito mais a pena para os investidores ficarem vendidos em câmbio. "O dólar já está em um nível baixo e o risco de o BC intervir para segurar sua cotação se torna mais visível", analisou.

Segundo o especialista, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, já alinharam seus discursos no sentido de apontar ao mercado que o dólar não é o principal instrumento de controle da inflação e sim os juros.

"Buscar um controle da inflação pelo câmbio pode prejudicar o crescimento, uma vez que desestimularia investimentos industriais", afirmou.

Para ele, a perspectiva de uma diminuição das compras de ativos pelo Fed, os números fracos de atividade na zona do euro e o fluxo cambial negativo no Brasil devem dar fôlego ao desempenho positivo da moeda norte-americana.

No mercado à vista, o dólar abriu a R$ 1,9670 no balcão, com alta de 0,15%. Até 9h30, o dólar spot oscilou de R$ 1,9650 (+0,05%) a R$ 1,9710 (+0,36%).

Na BM&FBovespa, no mesmo horário, o contrato de dólar com vencimento em 1º de março de 2013 avançava 0,25%, a R$ 1,9685, após oscilar de R$ 1,9680 (+0,23%) A R$ 1,9715 (+0,41%).


Os agentes do mercado financeiro interno esperam novos sinais do Banco Central sobre a condução da política monetária, que podem vir nesta quinta-feira do diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton, que apresentará o Boletim Regional Trimestral do Banco Central, em Belo Horizonte, a partir das 10 horas.

Mais cedo, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 0,4% em fevereiro, ante janeiro, conforme prévia da Sondagem da Indústria.

A queda foi puxada pela piora na avaliação sobre a economia atualmente. Na prévia, o Índice da Situação Atual (ISA) recuou 0,7% neste mês, depois de avançar 0,3% no mês anterior. Já o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) ficou em 84,1%, de 84,5% em janeiro. Às 11 horas, sai o Índice de Confiança do Empresário Industrial de fevereiro da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

No exterior, as principais bolsas europeias exibem perdas fortes, as commodities agrícolas, o cobre e o petróleo operam em baixa, enquanto o euro é negociado abaixo da marca de US$ 1,32.

Em Nova York, às 9h35, o euro estava em US$ 1,3182, de US$ 1,3280 no fim da tarde de quarta (20). Ante moedas "commodities", o dólar norte-americano subia em relação ao dólar australiano (+0,07%), o dólar canadense (+0,25%), o peso chileno (+0,16%), a rupia indiana (+0,75%), o peso mexicano (+0,39%) e o dólar neozelandês (+0,12%).

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarMoedas

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mercados

Mais na Exame