CVM questiona dona do Banco Alfa sobre forte valorização na bolsa
Ação preferencial (BRGE5) acumula alta de 494% na semana; empresa diz desconhecer motivo da oscilação
Tais Laporta
Publicado em 4 de setembro de 2019 às 13h35.
Última atualização em 4 de setembro de 2019 às 13h50.
A Comissão de Valores Mobiliários ( CVM ), órgão que fiscaliza o mercado de capitais, questionou a controladora do Banco Alfa , Consórcio Alfa de Administração, sobre movimentação atípica de seus papéis na B3, em valorização e volume negociado.
Na segunda-feira (2), a ação preferencial da companhia ( BRGE5 ) chegou a subir 97,83% durante o pregão, negociada a 7,32 reais. Na sessão seguinte, o papel alcançou uma oscilação positiva de 70%, a 12,45 reais. Nesta quarta, a ação chegava ao terceiro dia seguido de forte alta, com variação de 27,22% no incício da tarde. Assim, a empresa acumulava ganho de 494% na semana.
A ação ordinária do Consórcio Alfa ( BRGE3 ) também apresentou um desempenho extraordinário. O ativo chegou a valorizar 51,72% na segunda-feira, e 36,98% na véspera. Na semana, subia 149% até o início da tarde desta quarta.
Em resposta ao questionamento, a companhia disse não saber o motivo da forte oscilação nos últimos pregões. "Informamos que não temos conhecimento de nenhum fato que possa justificar de forma importante as oscilações no número de negócios e quantidade conforme quadros acima".
Por serem menos negociados (baixa liquidez), os papéis da companhia tendem a ficar mais voláteis, mas uma valorização de três dígitos em apenas três dias é interpretada pela CVM como "atípica".
Com registro na bolsa desde 1977, o Consórcio Alfa foi criado a partir da dissolução do antigo Conglomerado Financeiro Real, que vendeu o banco Real para a ABN Amro Bank, em 1998. A empresa é dona de um conglomerado financeiro que inclui, além do Banco Alfa, a financeira Alfa, Alfa Corretora e Alfa Arrendamento Mercantil S.A.).
Também tem participações no ramo de seguros, com a Corumbal Participações e Administração, e no segmento de tecnologia e serviços, com a Metro Tecnologia.
Seu principal acionista é o empresárioAloysio de Andrade Faria, por meio da Administradora Fortaleza, com participação de 55% nas ações ordinárias e preferenciais. O fundo de ações Alaska Poland detém 24% da empresa.