Na Usiminas, a CSN é a solução?
Acionistas da siderúrgica Usiminas elegem nesta quinta-feira o novo conselho de administração da companhia e dois executivos indicados por sua maior concorrente, a CSN, devem ganhar assentos. Ontem, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) permitiu à CSN eleger membros dos conselhos de administração e fiscal da Usiminas. Desde 2011, a CSN tem 17% do […]
Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2016 às 05h48.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h23.
Acionistas da siderúrgica Usiminas elegem nesta quinta-feira o novo conselho de administração da companhia e dois executivos indicados por sua maior concorrente, a CSN, devem ganhar assentos.
Ontem, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) permitiu à CSN eleger membros dos conselhos de administração e fiscal da Usiminas. Desde 2011, a CSN tem 17% do capital da companhia mineira, mas era proibida pelo Cade de ocupar os assentos por ser concorrente direta da Usiminas no mercado de aços planos – juntas, as duas têm mais de 60% do mercado no país.
O efeito que a CSN pode ter no conselho da Usiminas ainda é duvidoso. CSN e Cade argumentam que conselheiros indicados pela empresa poderão apaziguar a polarização existente no atual conselho. A Usiminas vive há anos um conflito entre suas controladoras, as siderúrgicas japonesa Nippon Steel e ítalo-argentina Techint, que não chegam a um consenso sobre o futuro da empresa.
A questão é que, na prática, a chegada CSN, de Benjamin Steinbruch, pode criar ainda mais problemas. “A companhia costuma ser agressiva. Pode muito bem entrar no conselho e trazer um terceiro lado para uma briga sem fim”, diz um consultor que acompanha as empresas.
Ultimamente, a CSN tem trazido mais problemas do que soluções para a Usiminas. Esta semana ela pediu à Justiça que suspenda o processo de aumento de capital de 1 bilhão de reais proposto por Nippon e Ternium. A CSN argumenta que as controladoras vão ganhar ainda mais poder se o aumento de capital acontecer.
Com uma dívida de 7,4 bilhões de reais, a Usiminas vive à beira da recuperação judicial. Na segunda-feira, anunciou mais um prejuízo, de 152,8 milhões de reais. Após o anúncio, as ações da companhia caíram 10%. Tudo que a Usiminas não é tempo para mais picuinhas.