Crise no Japão impacta Bovespa, que cai com volume maior
São Paulo - O medo com a crise nuclear no Japão impactou a bolsa brasileira de forma mais intensa nesta quarta-feira, com baixa de 1,5 por cento do principal índice de ações locais.</p> O Ibovespa caiu a 66.002 pontos, menor patamar de fechamento desde 11 de fevereiro. O giro do pregão foi de 8,64 bilhões […]
Da Redação
Publicado em 16 de março de 2011 às 18h18.
São Paulo - O medo com a crise nuclear no Japão impactou a bolsa brasileira de forma mais intensa nesta quarta-feira, com baixa de 1,5 por cento do principal índice de ações locais.</p>
O Ibovespa caiu a 66.002 pontos, menor patamar de fechamento desde 11 de fevereiro. O giro do pregão foi de 8,64 bilhões de reais, o maior desde 23 de fevereiro.
Nos Estados Unidos, o índice Standard & Poor's 500 --que reúne as 500 principais empresas do mercado de ações em Nova York-- caiu 1,95 por cento, anulando a alta acumulada no ano. Mesmo com a baixa, o índice ainda está 20 por cento acima do nível registrado no final de agosto de 2010.
O momento mais tenso do dia aconteceu após o chefe da agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmar que a situação na usina nuclear de Fukushima Daiichi é "muito séria" após os danos provocados pelo terremoto de sexta-feira.
"Nós andamos na contramão do mercado desde sexta-feira. Ontem terminamos só com uma pequena queda. Hoje está se ajustando", disse Alvaro Bandeira, diretor da corretora Ativa, em referência à baixa de 0,24 por cento do Ibovespa na terça.
"Os mercados se ressentem ainda porque todo mundo está querendo arriscar um pouco menos... Na hora que aclarar um pouco essa situação, tenho impressão de que a bolsa brasileira, que tinha ficado um pouco para trás e que tinha múltiplos mais atraentes que outros mercados, vai voltar a ganhar destaque." Em 2011, o Ibovespa acumula queda de cerca de 4 por cento, com desempenho inferior ao S&P 500, que mostra estabilidade.
Ações de commodities e siderurgia, mais expostas aos riscos do quadro internacional, estiveram entre as principais quedas. Com o maior volume do pregão, Vale PN recuou 2,53 por cento, a 44,70 reais, e Usiminas ON --que disparou sexta e segunda-feira por rumores de uma consolidação no setor-- teve queda de 5,51 por cento, a 29,00 reais.
Ações de empresas de meios de pagamento eletrônico também se destacaram entre as perdas, devolvendo parte da valorização de 20 a 30 por cento acumulada no último mês. Cielo caiu 4,68 por cento, a 13,25 reais, e Redecard teve baixa de 4,82 por cento, a 22,49 reais.
As ações da Petrobras, favorecidas pela alta do petróleo, escaparam de uma queda mais intensa, com baixa de 0,93 por cento dos papéis preferenciais, a 27,78 reais. Em Nova York, o petróleo teve alta de 0,80 por cento, pouco abaixo dos 98 dólares por barril.
Em nota, o UBS elevou o preço-alvo para as ações ordinárias da Petrobras de 33 para 38 reais. A justificativa é a revisão do preço do petróleo para cima no mercado internacional, mesmo com a política de manutenção do preço da gasolina no Brasil. As ações ordinárias da estatal caíram 1,03 por cento, a 31,80 reais.
As ações do setor imobiliário se salvaram do tom pessimista do mercado, com destaque para Cyrela Brazil Realty, a mesma que decepcionou o mercado nos últimos dias com a revisão para baixo das metas deste e do próximo ano. A ação da empresa subiu 3,61 por cento, a 15,50 reais, após acumular queda de quase 8 por cento nos últimos dois pregões.
MRV Engenharia subiu 2,37 por cento, a 13,85 reais; Gafisa ganhou 1,27 por cento, a 10,33 reais; e Rossi Residencial 0,73 por cento, a 13,80 reais.
A temporada de balanços trimestrais de construtoras e incorporadoras ganha corpo na próxima semana, com previsão de que os relatório apontem um crescimento um pouco mais lento no quarto trimestre do ano passado.