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Crescimento do Robinhood expõe febre de novos investidores na bolsa

Milhões de investidores novatos abrem contas e fazem indicadores de negociação de corretoras disparar em meio à pandemia

Tela do aplicativo de investimentos Robinhood, que simboliza o aumento de pequenos investidores no mercado americano (Robinhood/Reprodução)

Tela do aplicativo de investimentos Robinhood, que simboliza o aumento de pequenos investidores no mercado americano (Robinhood/Reprodução)

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Bloomberg

Publicado em 1 de outubro de 2020 às 19h47.

Última atualização em 1 de outubro de 2020 às 19h48.

Costumava ser difícil negociar ações. Agora, é basicamente tão fácil quanto baixar um aplicativo ou enviar um tuíte. Além disso, é totalmente gratuito em muitos casos.

Ao longo do último ano, houve uma revolução na forma como as pessoas podem acessar o mercado acionário. Depois que algumas empresas começaram a oferecer negociações gratuitas, um passo dado pela gigante corretora independente Charles Schwab no fim de 2019 para eliminar comissões no mercado americano teve impacto em todo o setor.

Então veio a pandemia. Pessoas em casa durante o confinamento -- sem esportes ao vivo para assistir ou apostar e com um pouco de dinheiro extra no bolso dos estímulos dos governos -- foram atraídas para plataformas de negociação como Robinhood, E*Trade, TD Ameritrade e Schwab. Milhões de investidores novatos abriram contas e indicadores de negociação de corretoras dispararam.

Entre os números que se destacam: 20% das negociações de ações são realizadas por investidores de varejo, de acordo com a Bloomberg Intelligence. E 50% dos novos clientes da Robinhood neste ano dizem que são investidores de primeira viagem.

Além disso, 75% de todas as negociações de opções em julho expiravam em menos de duas semanas, um recorde, de acordo com o Goldman Sachs. Operações de prazo mais curto são vistas como um sinal revelador de investidores de varejo.

Por que isso importa

Alguns chamam a tendência de democratização do investimento. Outros dizem que é algo perigoso. O que está claro é que investidores de varejo se tornaram uma força em si mesmos no mercado acionário atual, e as evidências mostram sua influência nos preços das ações.

No início, buscavam empresas como companhias aéreas e de cruzeiros. Depois, apostaram em empresas em processo de recuperação judicial. Agora, negociam no mercado de opções. Como as contas de poupança não rendem quase nada e as pessoas passam mais tempo em casa, investidores amadores se tornam uma marca do mercado acionário.

Desde a mania das pontocom do final dos anos 1990 -- quando os day traders sonhavam com fortunas rápidas -, uma plataforma de corretagem não atraía tantos seguidores como a Robinhood. Céticos alertam que o exagero pode levar novatos ao desastre, enquanto alguns dizem que é um passo na direção certa para equalizar o acesso aos mercados financeiros.

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