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Crescimento da oferta de petróleo do Iraque está em risco

Segundo agência, instabilidade política e o crescimento da violência está ameaçando a oferta no país


	Trabalhador ajusta uma válvula em um dos canos da refinaria de petróleo Najaf, ao sul de Bagdá
 (Ahmad Mousa/Reuters)

Trabalhador ajusta uma válvula em um dos canos da refinaria de petróleo Najaf, ao sul de Bagdá (Ahmad Mousa/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2014 às 16h05.

Londres - As metas de crescimento de produção de petróleo do Iraque parece cada vez em risco, disse a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), com a instabilidade política e o crescimento da violência ameaçando a oferta, ao mesmo tempo que a demanda está crescendo devido a uma economia global mais forte.

O Iraque é o segundo maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e as exportações do norte do país estão inativas desde março. A produção da Opep também tem sido afetada por conflitos na Líbia, sanções ao Irã e roubos de petróleo na Nigéria.

"Dentro da Opep, o Iraque permanece sendo a fonte da qual se espera maior aumento de capacidade, mas a expansão parece cada vez mais em risco", disse a diretora-executiva da IEA, Maria van der Hoeven, em um relatório.

Ainda assim, a agência que aconselha Estados Unidos e outras nações desenvolvidas também disse nesta terça-feira que o crescimento da demanda global por petróleo pode começar a desacelerar a partir do fim desta década, devido parcialmente a preços mais altos e que a produção de petróleo de xisto pode começar a se espalhar fora dos Estados Unidos.

Os preços do petróleo subiram para quase 115 dólares por barril na semana passada, o maior nível desde setembro, com os avanços dos insurgentes sunitas no Iraque, o que elevou as preocupações de que um volume maior da exportação do país possa ser prejudicada.

Atualmente, a agência espera que a Opep eleve sua capacidade de produção em 2,08 milhões de barris por dia (bpd), para 37,06 milhões de bpd em 2019. A expectativa é de que mais de 60 por cento deste crescimento venha do Iraque.

O relatório contrasta com a estimativa de médio prazo da IEA divulgada em maio de 2013, que previa que o óleo de xisto dos Estados Unidos iria ajudar a atender a maior parte da nova demanda de petróleo do mundo, deixando pouco espaço para a Opep elevar sua produção sem provocar uma queda nos preços.

Agora, a IEA espera que a demanda global por petróleo fique em 92,76 milhões de bpd em 2014, 960 mil bpd a mais que o esperado em maio de 2013.

O crescimento da demanda global deverá acelerar para 1,42 milhão de bpd no próximo ano, ante 1,32 milhão de bpd em 2014, disse a agência.

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