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CPI: Inflação salta o dobro do esperado nos EUA, derruba bolsas e alimenta aposta de juro mais alto

Investidores passam a ver chance de Fed acelerar alta de juro para 1 p.p. em novembro; bolsas de NY caminham para 7º pregão de queda

NYSE: Bolsa de Nova York (Leandro Fonseca/Exame)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 13 de outubro de 2022 às 10h12.

Última atualização em 13 de outubro de 2022 às 11h27.

O Índice de Preço ao Consumidor americano (CPI, na sigla em inglês) subiu acima do esperado para o mês de setembro, voltando a alimentar os temores de juros mais altos nos Estados Unidos e de efeitos recessivos. Os  dados foram divulgados na manhã desta quinta-feira, 13.

O CPI de setembro ficou em 0,4%, o dobro da alta de 0,2% projetada pelo do consenso de mercado da Bloomberg. O resultado levou a uma desaceleração do CPI de 12 meses de 8,3% para 8,2%, acima da queda esperada para 8,1%.

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Os núcleos do CPI também superaram as estimativas, saltando 0,6% no mês (vs. consenso de 0,5%) e 6,6% na comparação anual (vs. consenso de 6,5%).

"A principal surpresa foi no núcleo da inflação. Pela perspectiva do Fed, o CPI de setembro fortalece o argumento para permanecer hawkish. Em nossa opinião, o Fed precisa desacelerar significativamente o mercado de trabalho para trazer a inflação de volta à meta", avalia o Bank of America em relatório  sobre a inflação americana.

As reações no mercado financeiro foram imediatas. Bolsas de valores, que buscavam alguma recuperação no início do dia, passaram a cair no mundo inteiro diante da expectativa de juros mais altos nos Estados Unidos.

Após os dados desta manhã, investidores voltaram a precificar a chance de Federal Reserve elevar sua taxa de juros em 1 ponto percentual, acelerando o ritmo do aperto monetário na próxima reunião, em novembro. A probabilidade, que estava em 0%, saltou para cerca de 4%, com as chances de um ajuste mais brando, de 0,50 ponto percentual, sendo reduzidas a 0%, segundo monitor do CME Group.

Os números do CPI também elevaram as apostas para uma alta mais agressiva na reunião de dezembro. A possibilidade de o Fed terminar o ano com o juro entre 4,5% e 4,75%, antes vista com cerca de 30% de chance, se tornou o cenário base do mercado, passando a ser precificada com 63% de probabilidade. Uma nova alta de 0,25 p.p., com o juro passando para entre 4,75% e 5% em fevereiro também superou 50% de chance após o CPI.

Expectativas de juros mais altos tiveram efeitos devastadores sobre os índices futuros de Nova York, que viraram para queda após a divulgação do CPI. Os índices Nasdaq e S&P 500 futuros chegam a cair mais de 2% nesta manhã, sinalizando o sétimo pregão consecutivo de perdas em Wall Street.

As principais bolsas da Europa, que também subiam mais cedo, perderam força e caem mais de 1%. Efeito semelhante ocorreu com o Ibovespa futuro, que abriu o dia em alta e passou a cair após a divulgação do CPI. A bolsa brasileira abriu o pregão à vista em queda de mais de 1%.

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