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Corte de rating ameaça grau de investimento de 16 empresas

Companhias podem perder sua condição de grau de investimento atribuído pela Standard & Poor's se agência reduzir seus ratings de crédito

Standard & Poor's: agência anunciou ações imediatas de redução dos ratings de Petrobras, Eletrobras e Samarco já na segunda (Mario Tama/Getty Images/AFP)
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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2014 às 18h00.

São Paulo - Até 16 empresas não financeiras do Brasil, incluindo grandes grupos, podem perder sua condição de grau de investimento atribuído pela Standard & Poor's se a agência de classificação de risco reduzir seus ratings de crédito, após ter rebaixado a nota soberana do Brasil para "BBB-" no começo desta semana.

Na segunda-feira, quando rebaixou a nota do Brasil em moeda estrangeira na escala global citando preocupações com a política fiscal e o baixo crescimento econômico, a S&P anunciou ações imediatas de redução dos ratings de Petrobras, Eletrobras e Samarco. Todas elas ainda permaneceram, após o corte, dentro da escala de grau de investimento.

A S&P prosseguiu com os ajustes e reduziu na terça-feira os ratings atribuídos a 13 instituições financeiras no Brasil, também como consequência do rebaixamento da nota do país, segundo comunicado da agência de risco à imprensa nesta quarta-feira.

Os cinco bancos brasileiros que não tiveram suas notas alteradas sequer foram mencionados no relatório mais recente da S&P sobre o setor financeiro. Assim, Banco ABC, BTG Pactual, Banrisul, Safra e Votorantim continuam com a nota mínima dentro da faixa considerada grau de investimento.

Segundo levantamento da Reuters, na lista de empresas brasileiras não financeiras com rating atribuído pela S&P aparecem 16 companhias com nota "BBB-", que separa o grau de investimento do grau especulativo. Quanto mais baixa a nota, maior o risco de inadimplência e, como resultado disso, maior o custo do capital para as empresas.

Nesse universo, três companhias aparecem em observação negativa: Oi, Telemar Norte Leste e CSN. Ou seja, elas já tinham viés de rebaixamento do rating independentemente da nota soberana.

Com perspectiva estável e também classificadas como "BBB-" estão nomes como Braskem, BRF, Gerdau, Klabin e Localiza.

Além de ter se pronunciado e agido sobre os ratings de instituições financeiras e de Petrobras, Eletrobras e Samarco, a S&P informou que o "downgrade" do Brasil não afeta imediatamente a qualidade de crédito de emissões de dívida por governos estaduais e municipais.

Mas a S&P ainda não se manifestou sobre o restante do universo brasileiro de sua cobertura. Procurada, a agência de risco não comentou, até a publicação desta reportagem, sobre eventuais novos cortes de rating de empresas brasileiras não financeiras.

Uma fonte próxima à S&P disse que "não vê como automático" o corte de notas de outras companhias em função da revisão do rating soberano do Brasil, mencionando que cada empresa é vista dentro do seu setor. Há ainda fatores a serem considerados como grau de diversificação geográfica, nível de exportações e o quão relacionadas estão as empresas com o governo federal.

Porém, o movimento de redução não seria surpreendente, uma vez que após revisões de ratings soberanos é relativamente comum que as notas de empresas do país alvo do corte sejam revistas pela agência de classificação na sequência.

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São Paulo - Até 16 empresas não financeiras do Brasil, incluindo grandes grupos, podem perder sua condição de grau de investimento atribuído pela Standard & Poor's se a agência de classificação de risco reduzir seus ratings de crédito, após ter rebaixado a nota soberana do Brasil para "BBB-" no começo desta semana.

Na segunda-feira, quando rebaixou a nota do Brasil em moeda estrangeira na escala global citando preocupações com a política fiscal e o baixo crescimento econômico, a S&P anunciou ações imediatas de redução dos ratings de Petrobras, Eletrobras e Samarco. Todas elas ainda permaneceram, após o corte, dentro da escala de grau de investimento.

A S&P prosseguiu com os ajustes e reduziu na terça-feira os ratings atribuídos a 13 instituições financeiras no Brasil, também como consequência do rebaixamento da nota do país, segundo comunicado da agência de risco à imprensa nesta quarta-feira.

Os cinco bancos brasileiros que não tiveram suas notas alteradas sequer foram mencionados no relatório mais recente da S&P sobre o setor financeiro. Assim, Banco ABC, BTG Pactual, Banrisul, Safra e Votorantim continuam com a nota mínima dentro da faixa considerada grau de investimento.

Segundo levantamento da Reuters, na lista de empresas brasileiras não financeiras com rating atribuído pela S&P aparecem 16 companhias com nota "BBB-", que separa o grau de investimento do grau especulativo. Quanto mais baixa a nota, maior o risco de inadimplência e, como resultado disso, maior o custo do capital para as empresas.

Nesse universo, três companhias aparecem em observação negativa: Oi, Telemar Norte Leste e CSN. Ou seja, elas já tinham viés de rebaixamento do rating independentemente da nota soberana.

Com perspectiva estável e também classificadas como "BBB-" estão nomes como Braskem, BRF, Gerdau, Klabin e Localiza.

Além de ter se pronunciado e agido sobre os ratings de instituições financeiras e de Petrobras, Eletrobras e Samarco, a S&P informou que o "downgrade" do Brasil não afeta imediatamente a qualidade de crédito de emissões de dívida por governos estaduais e municipais.

Mas a S&P ainda não se manifestou sobre o restante do universo brasileiro de sua cobertura. Procurada, a agência de risco não comentou, até a publicação desta reportagem, sobre eventuais novos cortes de rating de empresas brasileiras não financeiras.

Uma fonte próxima à S&P disse que "não vê como automático" o corte de notas de outras companhias em função da revisão do rating soberano do Brasil, mencionando que cada empresa é vista dentro do seu setor. Há ainda fatores a serem considerados como grau de diversificação geográfica, nível de exportações e o quão relacionadas estão as empresas com o governo federal.

Porém, o movimento de redução não seria surpreendente, uma vez que após revisões de ratings soberanos é relativamente comum que as notas de empresas do país alvo do corte sejam revistas pela agência de classificação na sequência.

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