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Commodities enfrentam 1º grande teste. Hora de reposicionar na bolsa?

Os preços das commodities registraram uma das maiores altas em décadas em meio aos estímulos monetários e recuperação das economias, mas a euforia parece começar a esfriar

Um hub esquecido da corrida do ouro em Victoria, na Austrália, está produzindo mais do que em um século | Foto: Carla Gottgens/Bloomberg (Carla Gottgens/Bloomberg)
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Bloomberg

Publicado em 20 de maio de 2021 às 12h24.

Última atualização em 20 de maio de 2021 às 12h45.

(Bloomberg) -- Um dos maiores ralis das commodities em décadas busca um novo motivo para buscar novas máximas.
Os mercados de cobre, petróleo e milho se valorizaram recentemente com o estímulo monetário e a recuperação da pandemia, que encolheram a oferta e reacenderam o debate se as matérias-primas estariam em um novo superciclo. Mas o rali agora oscila devido aos temores de inflação mais acelerada, sinais de redução do estímulo do Federal Reserve e alerta da China sobre medidas para esfriar os aumentos dos preços.

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Esses fatores derrubaram as commodities na quarta-feira, em um dia volátil que também trouxe fortes oscilações das criptomoedas. No entanto, as muitas razões para os preços mais altos - de uma economia global mais forte a uma onda de gastos para a transição verde que se aproxima - ainda estão intactas. Além disso, uma grande mudança da política monetária deve ser improvável, já que as economias ainda enfrentam um estágio incerto da recuperação.

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Commodities dão pausa em um dos maiores ralis em décadas (Bloomberg/Bloomberg)

“A alta das commodities definitivamente ainda não acabou”, disse Eric Liu, chefe de negociação da trading chinesa de cobre ASK Resources. “Todos os países enfrentam avanço da inflação, mas contanto que não apertem as políticas monetária e fiscal, os preços das commodities dificilmente podem esfriar.”

O mercado mostrava maior estabilidade na quinta-feira, com desempenho misto dos metais básicos e grãos com tendência de alta, embora os futuros do minério de ferro tenham caído, e o petróleo Brent ampliado as perdas. O mercado de petróleo foi abalado pela perspectiva de um acordo para acabar com as sanções às exportações do Irã, enquanto o coronavírus ainda afeta a demanda indiana.

Pausa no rali

Um indicador da Bloomberg dos preços das commodities à vista caiu 1,8% na quarta-feira. A ata da reunião de abril do Fed mostrou que algumas autoridades estavam abertas para um debate sobre a redução do estímulo em reuniões futuras. Além disso, a China enviou novo alerta de medidas para controlar o aumento dos preços, dizendo que mais ações são necessárias para evitar que os custos crescentes sejam repassados aos consumidores.

Agora que os mercados buscam novos fatores para retomar o rali, investidores que apostam na alta do setor de energia podem apontar para as próximas temporadas de viagens aéreas e rodoviárias nos EUA com a flexibilização das restrições, bem como a sólida demanda da Ásia. As lavouras precisam de um clima quase perfeito neste verão nos EUA, e depois no Brasil e na Argentina, para que as colheitas atendam à demanda mundial. Portanto, qualquer clima adverso pode causar aumento dos preços novamente.

“Estou certamente no campo de que esta é uma pausa saudável” para as commodities, disse Daniel Hynes, estrategista do Australia & New Zealand Banking. “Quaisquer dados decepcionantes ou obstáculos sempre resultariam em alguma realização de lucros, e acho que o setor inteiro ainda tem espaço para ganhos.”

Energia viu os maiores ganhos de 2021 em meio à recuperação do petróleo (Bloomberg/Bloomberg)

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