Com Vale e bancos, Ibovespa fecha no maior nível em 3 meses
Índice que reúne as principais ações da bolsa brasileira subiu 1,82% nesta terça-feira (18), aos 99.404 pontos.
Tais Laporta
Publicado em 18 de junho de 2019 às 17h24.
Última atualização em 18 de junho de 2019 às 17h47.
Após oscilar nos últimos dias, o Ibovespa conseguiu ultrapassar a marca dos 99 mil pontos no fechamento. O índice que reúne as principais ações da bolsa brasileira subiu 1,82% nesta terça-feira (18), aos 99.404 pontos, maior nível em três meses.
A última vez que o indicador fechou acima desta pontuação foi no dia 19 de março, quando alcançou os 99.588 pontos.
O viés positivo no exterior ajudou, além da alta de mais de 3% da mineradora Vale , beneficiada pelo salto nos preços do minério de ferro. O índice também recebeu o suporte dos bancos, que se recuperaram das fortes perdas nos últimos dias. Bradesco avançou acima de 0,8% e Itaú , em torno de 2,5%.
No Brasil, o mercado também ficou em compasso de espera pela reunião do Copom, apostando em sinais para uma queda na taxa Selic amanhã. Os investidores também seguiram atentos a discussões sobre a reforma da previdência na comissão especial da Câmara, e à escolha de Gustavo Montezano para o comando do BNDES.
Índices europeus no maior nível em 6 semanas
No exterior, os mercados seguiram aguardando sinais do Federal Reserve, o banco central norte-americano, spbre um possível corte de juros nos Estados Unidos.
As declarações do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, em favor reduzir as taxas por lá caso as perspectivas para a economia não melhorem, impulsionaram os índices acionários europeus para máxima de seis semanas nesta terça.
O índice FTSEurofirst 300 subiu 1,69%, a 1.515 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 ganhou 1,67%, a 385 pontos, depois de ter caído 0,5% mais cedo. Foi o melhor dia do índice em cinco meses.Em Wall Street, o S&P 500 subiu, acompanhando o movimento positivo nos pregões europeus e asiáticos.
Braskem em alta após recuperação da Odebrecht
Os papéis da petroquímica Braskem chegaram a subir acima de 5%, negociadas a R$ 35 no fechamento, após recuarem mais cedo. Sua controladora, a Odebrecht, entrou com pedido de recuperação judicial na véspera, com dívidas de 65,5 bilhões de reais, um dos maiores processos do tipo na história no país.
Segundo o analista da Nord Research, Bruce Barbosa, o fato de o grupo de construção ter deixado a Braskem de fora do trâmite judicial pode ter favorecido os papéis da companhia.Até a véspera, as ações acumulavam em junho uma queda de 20,6%.
Em seu pedido, a empresa solicita à justiça que os maiores credores do grupo, entre bancos e um fundo, sejam proibidos de tomar posse ou vender ações da petroquímica. A empresa é o ativo mais valioso do grupo e acredita-se que ela a recuperação judicial pode incentivar a sua venda a um preço mais baixo.
Outros destaques do dia
Também chamou atenção a forte alta nas ações da B3, a operadora da bolsa, que fecharam em alta de mais de 7% após a possibilidade de a empresa ser poupada do aumento na alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), que vai atingir bancos e instituições financeiras. Esse aumento vai compensar a perda de arrecadação prevista na proposta da reforma da previdência, caso seja aprovado. Com a alta, a B3 praticamente anulou as perdas das duas últimas sessões.
A mineradora VALE subiu mais de 3%, com a alta dos preços do minério de ferro no exterior compensando eventual efeito negativo decisão da mineradora na segunda-feira de suspender as atividades de processamento de níquel da usina Onça Puma, no Pará, após decisão judicial. A Vale disse que irá recorrer.
Na bolsa de Nova York, as ações do FACEBOOK chegaram a subir 2% na abertura dos negócios, após a notícia de que a rede social vai lançar sua própria criptomoeda, a libra. a empresa acumula ganhos em torno de 8% em uma semana.
O dólar caiu ante o real nesta terça-feira, com investidores à espera da decisão de política monetária do Federal Reserve amanhã e com otimismo no pregão pela ausência de notícias ruins, tanto na cena doméstica quanto no exterior. A moeda fechou cotada a R$ 3,86.