Mercados

Com emprego dos EUA, mercados da Europa sobem

Os mercados europeus receberam bem nesta sexta-feira, 6, os dados bons do payroll e fecharam em alta


	Investidor da Bolsa de Londres: a bolsa encerrou a sessão com alta de 0,83%, aos 6.551,99 pontos e queda de 1,48% na semana
 (Jason Alden/Bloomberg)

Investidor da Bolsa de Londres: a bolsa encerrou a sessão com alta de 0,83%, aos 6.551,99 pontos e queda de 1,48% na semana (Jason Alden/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2013 às 16h08.

São Paulo - Após cinco sessões consecutivas de quedas ocasionadas pelo temor de uma possível redução dos estímulos à economia dos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), os mercados da Europa receberam bem nesta sexta-feira, 6, os dados bons do Relatório de Emprego (payroll) e fecharam em alta.

Ainda que os dados divulgados durante a semana tenham sustentado melhora na economia do país - o que poderia disparar um aperto na política monetária -, os investidores terminaram a semana acreditando que uma redução no programa de compra de bônus não será, na prática, um aperto monetário. O retorno do otimismo fez o índice Stoxx Euro 600 fechar em alta de 0,7%, aos 316,5 pontos.

Desde segunda-feira, 2, as bolsas europeias estavam cautelosas com uma série de indicadores da economia norte-americana que superaram as expectativas do mercado e mostravam um cenário em que o Fed poderia iniciar um desmonte da política de relaxamento quantitativo, com a compra mensal de US$ 85 bilhões em bônus.

Nesta sexta-feira, o Relatório de Emprego fechou o pacote de boas notícias americanas ao indicar a criação de 203 mil empregos em novembro, superando a previsão de 180 mil. A taxa de desemprego recuou para 7,0% em novembro - menor nível em cinco anos - ante 7,3% em outubro.

Inicialmente, o mercado ficou dividido entre comemorar a melhora no desempenho da economia dos EUA ou temer um possível início da retirada de estímulos. Ao longo da tarde, o mercado adotou a visão de que uma redução de estímulos não seria tão ruim quanto parecia e que o Fed não aplicaria um forte aperto monetário.

Em discurso após o payroll, o presidente do Fed de Filadélfia, Charles Plosser, disse que o resultado de novembro foi "bem positivo", mas que "não podemos ficar empolgados" com o dado de um único mês.


Plosser não vota nas reuniões do Fed de 2013, mas passará a dar voto em 2014. Já em teleconferência realizada após a divulgação do relatório, o Deutsche Bank previu que o Fed deve de fato começar a retirar estímulos neste mês, mas afirmou que a redução já está precificada nos mercados.

O jornalista Jon Hilsenrath, do Wall Street Journal, disse que o payroll aumenta as chances de a redução nos estímulos começar em dezembro ou janeiro e que a reação dos mercados deve encorajar ainda mais o Fed a seguir nessa direção. A Bolsa de Frankfurt teve a maior alta da sessão com avanço de 1%, aos 9.172,41 pontos.

Na semana, entretanto, Frankfurt fechou em queda de 2,48%. O Deustche Post foi o destaque positivo do pregão, com as ações subindo 2,1%. A Deutsche Telekom também fechou em alta, com os papéis ganhando 1,7% depois que o BNP Paribas aumentou a atuação das ações da companhia. Já o Merck KgaA foi o perdedor da sessão, caindo 1,7%.

Em Paris, o índice CAC40 fechou no território positivo, em alta de 0,7%, aos 4.129,37 pontos, mas com queda de 3,86% na semana. As ações do BNP Paribas subiram 2,2% e os papéis da L'Oreal cresceram 3,6%. As ações da STMicroelectronics perderam 1,7% após a confirmação de que a companhia vai deixar o índice CAC40.

Na Itália, a Bolsa de Milão fechou com alta de 0,7%, aos 18.124,39 pontos. Na semana, entretanto, registrou a maior queda entre os mercados da região, com queda de 5,06%. As ações dos bancos Unicredit e Intensa Sanpaolo subiram 1,5% e 1,7%, respectivamente. Já os papéis do Banca Monte dei Paschi di Siena caíram 3% com a especulação de uma possível venda de uma fundação que detém 33,5% das ações do banco.

O índice IBEX35, que operou volátil durante toda a sessão devido a um feriado bancário na Espanha, fechou em leve alta de 0,1%, aos 9.400,50 pontos. Na semana, a queda do índice chegou a 4,44%. O destaque da sessão foi a BME, com as ações em alta de 1,4% e a companhia de construção e serviços, que tiveram alta de 1,4%.

A Bolsa de Londres encerrou a sessão com alta de 0,83%, aos 6.551,99 pontos e queda de 1,48% na semana. As ações do Berkeley Group foram os destaques da sessão, com alta de 11,1%, após a companhia dizer que a receita subiu 20% no primeiro semestre. Os papéis do Vodafone Group também ajudaram a impulsionar o índice FTSE, subindo 2,1%.

A petroleira Royal Dutch Shell fechou em alta de 2,9%, após o HSBC reajustar a perspectiva do rating da companhia para positiva. Em Portugal, o índice PSI20 foi na contramão da maioria do mercados da região e fechou em queda de 0,17%, aos 6.453,83 pontos. Na semana, o índice teve perda de 2,81%.

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