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Com ameaças do governo e temor exterior, dólar sobe 1,57%

A cotação subiu 1,57 por cento, para 1,7640 real na venda

A Moody's também disse que a aprovação no Congresso do aumento do limite do endividamento no dia 2 de agosto é um "passo dado numa boa direção, o da redução do déficit" ( Karen Bleier/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de março de 2012 às 18h07.

São Paulo - O dólar registrou nesta terça-feira a maior alta percentual diária frente ao real desde meados de dezembro. O resultado foi estimulado pela forte aversão a risco no cenário internacional e por novos alertas do governo de que poderá agir para frear quedas da moeda norte-americana.

A cotação subiu 1,57 por cento, para 1,7640 real na venda. Trata-se da cotação mais alta desde meados janeiro e da maior valorização percentual desde 12 de dezembro quando o dólar saltou 2,14 por cento, a 1,8445 real.

"O governo tem falado todo dia que pode agir no câmbio, e isso traz insegurança ao mercado. Ninguém quer arriscar ficar vendido com tantas ameaças", disse o diretor de câmbio da Pioneer, João Medeiros.

Nesta terça-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o governo não vai permitir a valorização do real em relação ao dólar para não causar prejuízos à indústria. "Temos todos os instrumentos para garantir que o real não vai se valorizar. Podemos tomar outras medidas", disse o ministro, acrescentando que o arsenal do governo é "infinito".

A presidente Dilma Rousseff também voltou a criticar as medidas de política monetária expansionista praticadas pelos países desenvolvidos. Segundo ela, essas ações causam um "tsunami monetário" que valorizaram moedas locais e prejudicam a competitividade.


Apenas na última quinta-feira, o governo brasileiro anunciou duas medidas para frear a apreciação do real. Em outra frente, o Banco Central retomou em fevereiro suas compras de dólares no mercado, em mais um esforço para defender o patamar de 1,70 real.

Sem intervenção

Na sessão desta terça-feira, após nove dias de intervenção ininterrupta, o BC não atuou, em meio a problemas no Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen), segundo a assessoria de imprensa do banco. O Sisbacen é um sistema eletrônico de coleta, armazenagem e troca de informações que liga o Banco Central ao mercado financeiro. Por meio dele, a autoridade monetária informa, entre outros, suas intervenções no mercado de câmbio.

"Se não fosse esse problema técnico, acho que o BC teria entrado, ainda mais com a determinação do governo em não deixar que o real suba", disse o operador de câmbio de um importante banco nacional, pedindo anonimato.

Medeiros, da Pioneer Corretora, lembrou ainda que a alta do dólar nesta terça-feira também esteve ligada à piora no sentimento internacional, devido a preocupações de que a Grécia dê um calote e golpeie toda a economia mundial.

Um default grego poderia causar mais de 1 trilhão de euros de danos à zona do euro, segundo alertou o grupo que representa os credores de títulos gregos.

Após a China cortar sua meta de crescimento deste ano, a União Europeia (UE) confirmou nesta terça-feira que o Produto Interno Bruto (PIB) dos 17 países que compõem a zona do euro encolheu 0,3 por cento entre outubro e dezembro de 2011, num sinal de que o bloco pode estar a caminho de uma recessão.

O dólar subia 0,7 por cento frente a uma cesta de divisas com o euro em baixa de 0,76 por cento, a 1,3117 dólar. O índice MSCI de ações globais perdia 2,2 por cento, enquanto o índice de volatilidade VIX, considerado termômetro do medo do mercado, saltava quase 17 por cento.

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"O governo tem falado todo dia que pode agir no câmbio, e isso traz insegurança ao mercado. Ninguém quer arriscar ficar vendido com tantas ameaças", disse o diretor de câmbio da Pioneer, João Medeiros.

Nesta terça-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o governo não vai permitir a valorização do real em relação ao dólar para não causar prejuízos à indústria. "Temos todos os instrumentos para garantir que o real não vai se valorizar. Podemos tomar outras medidas", disse o ministro, acrescentando que o arsenal do governo é "infinito".

A presidente Dilma Rousseff também voltou a criticar as medidas de política monetária expansionista praticadas pelos países desenvolvidos. Segundo ela, essas ações causam um "tsunami monetário" que valorizaram moedas locais e prejudicam a competitividade.


Apenas na última quinta-feira, o governo brasileiro anunciou duas medidas para frear a apreciação do real. Em outra frente, o Banco Central retomou em fevereiro suas compras de dólares no mercado, em mais um esforço para defender o patamar de 1,70 real.

Sem intervenção

Na sessão desta terça-feira, após nove dias de intervenção ininterrupta, o BC não atuou, em meio a problemas no Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen), segundo a assessoria de imprensa do banco. O Sisbacen é um sistema eletrônico de coleta, armazenagem e troca de informações que liga o Banco Central ao mercado financeiro. Por meio dele, a autoridade monetária informa, entre outros, suas intervenções no mercado de câmbio.

"Se não fosse esse problema técnico, acho que o BC teria entrado, ainda mais com a determinação do governo em não deixar que o real suba", disse o operador de câmbio de um importante banco nacional, pedindo anonimato.

Medeiros, da Pioneer Corretora, lembrou ainda que a alta do dólar nesta terça-feira também esteve ligada à piora no sentimento internacional, devido a preocupações de que a Grécia dê um calote e golpeie toda a economia mundial.

Um default grego poderia causar mais de 1 trilhão de euros de danos à zona do euro, segundo alertou o grupo que representa os credores de títulos gregos.

Após a China cortar sua meta de crescimento deste ano, a União Europeia (UE) confirmou nesta terça-feira que o Produto Interno Bruto (PIB) dos 17 países que compõem a zona do euro encolheu 0,3 por cento entre outubro e dezembro de 2011, num sinal de que o bloco pode estar a caminho de uma recessão.

O dólar subia 0,7 por cento frente a uma cesta de divisas com o euro em baixa de 0,76 por cento, a 1,3117 dólar. O índice MSCI de ações globais perdia 2,2 por cento, enquanto o índice de volatilidade VIX, considerado termômetro do medo do mercado, saltava quase 17 por cento.

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