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Com ação mais firme do BC, dólar acumula queda ante o real na semana

O dólar avançou 0,55 por cento, a 3,6683 reais na venda, acumulando na semana queda de 1,91 por cento

Dólar: nas quatro semanas anteriores, a moeda norte-americana havia subido 9,61 por cento (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: nas quatro semanas anteriores, a moeda norte-americana havia subido 9,61 por cento (Gary Cameron/Reuters)

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Reuters

Publicado em 25 de maio de 2018 às 17h07.

São Paulo- Mesmo tendo fechado novamente em alta nesta sexta-feira, o dólar conseguiu recuar na semana ante o real, interrompendo quatro altas semanais consecutivas, ajudado pela atuação mais firme do Banco Central no mercado de câmbio e mesmo com o cenário doméstico mais confuso com a paralisação de caminhoneiros que já prejudica o abastecimento no país.

O dólar avançou 0,55 por cento, a 3,6683 reais na venda, acumulando na semana queda de 1,91 por cento. Nas quatro semanas anteriores, o dólar havia subido 9,61 por cento.

Na máxima desta sessão, foi a 3,6791 reais e, na mínima, 3,6422 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,50 por cento no final da tarde.

Nesta sessão, o sinal positivo veio do exterior, onde o dólar passou o dia todo em alta ante uma cesta de moedas e a maioria das divisas de países emergentes, e também da cena doméstica em meio à greve dos caminhoneiros.

"Apesar do acordo, os caminhoneiros ainda não voltaram a trabalhar. Se voltarem, há espaço para alguma queda do dólar", afirmou a diretora de câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares, ao acrescentar que "o dólar não teria muita sustentação pra uma queda expressiva, por causa do cenário externo e política interna".

Depois de uma reunião de sete horas, governo e representantes de caminhoneiros chegaram a um acordo na noite passada para suspender por pelo menos 15 dias a greve, com o governo garantindo a subvenção do preço do diesel e reajustes a serem realizados apenas a cada 30 dias.

A estimativa é de que o subsídio custe cerca de 5 bilhões de reais ao Tesouro neste ano, dificultando o ajuste fiscal do governo.

"O acordo não é o ideal. Qualquer solução desagradaria a alguém", afirmou o operador da H.Commcor Corretora Cleber Alessie Machado, para quem trazer de volta alguma normalidade agora era o mais urgente.

Mesmo com o acordo, os protestos de caminhoneiros contra a alta do preço do diesel continuava em todo o país nesta sexta-feira, afetando alguns portos, incluindo o de Santos (SP), o maior e mais importante do país.

Isso levou o presidente Michel Temer a acionar um plano de segurança que incluía o uso de tropas federais para desbloquear estradas, além de pedir aos governadores que também mobilizassem as polícias locais para garantir a livre circulação.

O feriado do Memorial Day nos Estados Unidos na segunda-feira também ajudou a pressionar odólar no mercado doméstico, uma vez que muitos investidores, já se preparando para a folga prolongada, optaram por montar posições defensivas.

"A questão da greve segue pressionando os ativos de riscos domésticos. O exterior também não contribui para minimizar tais incertezas locais. Nos próximos dias, isto é algo que deve manter o nível de incerteza alto", destacou a corretora Guide em relatório.

A alta da moeda norte-americana no mercado local, no entanto, foi um pouco amortecida pela ação do BC no mercado local.

Nesta manhã, a autoridade monetária vendeu integralmente a oferta de até 15 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, totalizando 5 bilhões de dólares desde a semana passada, quando vendia por dia até 5 mil contratos.

A autoridade também vendeu integralmente a oferta de até 4.225 swaps tradicionais para rolagem do vencimento de junho, no total de 5,650 bilhões de dólares. Com isso, já rolou 5,227 bilhões de dólares. Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem. (Edição de Patrícia Duarte)

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