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Citibank manda comprar Petrobras, mas reduz preço justo

Em relatório enviado ontem aos clientes, a corretora do banco também classificou a ação da empresa como “de alto risco”


	Petrobras: para corretora, alguns eventos devem impulsionar recuperação de ações da estatal
 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Petrobras: para corretora, alguns eventos devem impulsionar recuperação de ações da estatal (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2014 às 15h58.

São Paulo - O Citibank mudou a recomendação para as ações da Petrobras de “neutro” (manter) para comprar, justificando a mudança pela forte queda nos preços dos papéis.

Ao mesmo tempo, reduziu o preço-alvo do recibo de ações (ADR) negociado em Nova York, de US$ 17 (R$ 42,84) para US$ 13,00 (R$ 32,76) .

Cada ADR equivale a duas ações da petroleira. O papel preferencial (PN, sem voto) da estatal era cotado a R$ 14,62 na BM&FBovespa às 13 horas.

Em relatório enviado ontem aos clientes, a corretora do banco também classificou a ação da empresa como “de alto risco”, uma vez que espera que as oscilações dos papéis aumentem no curto prazo em meio às notícias das investigações da Operação Lava Jato.

Queda de 54%

Segundo relatório assinado pelo analista Pedro Medeiros, o papel caiu 54% nos últimos três meses, acumulando perda de 23% neste ano.

Com essa queda, o lucro por ação da estatal deve subir 23%.

A redução nas cotações melhorou também os indicadores da empresa em relação a seus pares internacionais.

Ele cita o preço da ação em relação ao lucro projetado para 2015, de 9 vezes, e de 7 vezes para 2016.

Esse indicador dá uma ideia do tempo que o investidor leva para recuperar o investimento, por isso, quanto menor, melhor.

Segundo o Citi, com o preço baixo, Petrobras serviria de proteção no caso de uma queda nos preços do petróleo e ao mesmo tempo ampliaria os ganhos no caso de recuperação do barril.

Para a corretora, alguns eventos devem impulsionar a recuperação das ações da Petrobras.

O primeiro, o anúncio de um ministro da Fazenda simpático ao mercado. Em segundo lugar, a divulgação do balanço da empresa no terceiro trimestre, previsto para dia 12 de dezembro.

Em terceiro, a atualização do plano de negócios da estatal para os próximos cinco anos que podem indicar a racionalização das despesas.

Em quarto, a renegociação com o governo dos contratos de partilha de exploração do pré-sal, que previam 5 bilhões de barris, mas que seriam de 15 bilhões nas novas estimativas oficiais.

A corretora afirma que há a chance de a empresa reajustar mais os preços dos combustíveis após a eleição presidencial.

O Citi também vê baixo risco de a Petrobras ter de recorrer ao mercado com uma nova oferta de ações para obter recursos para investir.

Riscos para a estatal

Já os riscos estariam no aumento do escândalo envolvendo os desvios de recursos da empresa, que poderiam no limite afetar a capacidade da Petrobras captar recursos ou até mesmo na listagem da empresa em Nova York.

Outro risco são as perdas que a empresa poderá ter de reconhecer com os escândalos em seus balanços ou de mudanças no comando da companhia ou ainda no adiamento de projetos, o que pode comprometer o crescimento da produção.

Outro risco é a empresa não ajustar sua programação de investimentos para menos de US$ 206 bilhões em cinco anos.

O CIti espera que esse valor caia para US$ 185 bilhões.

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