Cielo dispara 7% com possível saída do Banco do Brasil do negócio
Analista vê movimento especulativo em valorização dos papéis na Bolsa
Da Redação
Publicado em 12 de fevereiro de 2020 às 15h25.
São Paulo - As ações da Cielo chegaram a disparar 7% nesta quarta-feira (12) com a possível venda da parte do Banco do Brasil no radar dos investidores. De acordo com o que fontes disseram ao jornal Valor Econômico , o desembarque do negócio estaria relacionado às estratégias que o banco tem para aumentar a sinergia no mercado de pagamentos.
“Em um primeiro momento, o investidor pensa em menos [influência de] estatal e novos investidores”, avalia Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos
Controlada pelo Bradesco e Banco do Brasil, a Cielo tem atravessado um momento desafiador. Com o avanço de fintechs no mercado de meios de pagamento, a empresa teve que diminuir a margem para conseguir sobreviver, o que pressionou seu resultado financeiro. No quarto trimestre de 2019, o lucro líquido da companhia caiu 68% na comparação anual.
A maior concorrência no setor também tem feito forte pressão sobre as ações da Cielo. Em 2019, os papéis da empresa caíram 0,5% - o sexto pior desempenho do Ibovespa no ano. Em janeiro, a queda foi de 15,53%.
Neste mês, a ação da Cielo se encaminha para fechar em alta. No entanto, Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, não vê bases concretas para a recente valorização do ativo. “Eles querem mudar, mas não deram a linha do que querem. O mercado está especulando” disse.
Segundo o jornal, há alguns imbróglios para que a saída do Banco do Brasil se concretize, como a exigência de não poder competir pelo mesmo mercado de serviços de adquirência.
A “solução” ventilada por uma das fontes do Valor seria o Banco do Brasil vender a fatia que detém na Cielo para o Bradesco e comprar a parte da Cielo na credenciadora Cateno, que processa pagamentos de cartões do banco e da Cielo. Atualmente, a Cateno é controlada pelas duas empresas.