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Cautela com Europa ganha reforço da China

São Paulo - Nesta quarta-feira, após a Moody's cortar o rating de Portugal na véspera para grau especulativo e relembrar investidores de que a crise de dívida na Europa vai além da Grécia e que países como Irlanda, Espanha e Itália também podem precisar de ajuda. Mohamed El-Erian, vice-presidente de investimento da Pimco, maior gestora […]

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Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2011 às 08h21.

São Paulo - Nesta quarta-feira, após a Moody's cortar o rating de Portugal na véspera para grau especulativo e relembrar investidores de que a crise de dívida na Europa vai além da Grécia e que países como Irlanda, Espanha e Itália também podem precisar de ajuda.

Mohamed El-Erian, vice-presidente de investimento da Pimco, maior gestora de fundos do mundo, escreveu na véspera em blog da Reuters que era improvável que os problemas da Europa virassem um "momento Lehman", que paralisa a economia dos Estados Unidos, mas eram um empecilho para uma recuperação já decepcionante.

O viés conservador era reforçado pela decisão do Banco Popular da China de elevar as taxas de juros do país em 0,25 ponto percentual. Na próxima semana, há uma bateria de dados previstos sobre a economia chinesa, incluindo a inflação ao consumidor, com previsões apontando para o maior patamar desde 2008.

O BC chinês elevou a taxa de juro de referência para empréstimos de 6,31% para 6,56% e a taxa de depósito de 3,25% para 3,50%. A medida passa a vigorar a partir de quinta-feira.

Foi a terceira elevação dos juros este ano.

Segundo uma pesquisa da Reuters com 28 economistas, a inflação anual da China deve acelerar para 6,3% em junho, ante 5,5% em maio. Se confirmada, a alta será a maior desde julho de 2008, quando atingiu o mesmo patamar. O crescimento anual do PIB no segundo trimestre deve ter moderado para 9,4%, ante 9,7% no primeiro trimestre. Os dados serão divulgados no dia 15 de julho.

Nesse contexto, o índice MSCI para ações globais cedia 0,28 por cento às 7h45 e para emergentes, 0,23 por cento. O MSCI da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão declinava 0,19 por cento. Na Europa, o FTSEurofirst 300 interrompia uma sequência de sete altas e perdia 0,36 por cento. O futuro do norte-americano S&P-500 declinava 0,43 por cento -- 5,70 pontos.

Em Tóquio, o Nikkei descolou e subiu 1,10 por cento para fechar na máxima desde o terremoto de 11 de março, após romper um nível de resistência. O índice da bolsa de Xangai, por sua vez, terminou em baixa de 0,21 por cento, afetado por ações de bancos, após um fundo reduzir participação em duas das maiores instituições financeiras da China.

O fundo estatal de Cingapura Temasek vendeu participação em dois dos maiores bancos da China --Bank of China e China Construction Bank-- no valor de US$ 6,3 bilhões. O movimento ocorre um dia após a Moody's alertar sobre possível rebaixamento do rating dos bancos em razão de uma exposição acima do experado em dívida do governo local.

No segmento cambial, o euro recuava 0,55 por cento, a 1,4343 dólar, o que ajudava na alta de 0,36 por cento do índice DXY, que mede o valor do dólar ante uma cesta com as principais moedas globais. Frente à divisa japonesa, o dólar cedia 0,06 por cento, a 81,08 ienes. Entre as commodities, o petróleo verificava queda de 0,49 por cento, a 96,42 dólares, nas operações eletrônicas em Nova York.

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