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Da Redação
Publicado em 6 de dezembro de 2010 às 18h20.
São Paulo - O dólar fechou em queda pela sexta sessão consecutiva nesta segunda-feira, refletindo ingressos de recursos de investidores em busca de rentabilidade elevada.
A moeda norte-americana caiu 0,30 por cento, a 1,682 real na venda, na mínima desde 5 de novembro. Com a baixa desta sessão, a divisa já acumula recuo de 2,7 por cento desde o dia 26 de novembro.
"É difícil o dólar subir quando você tem perspectivas de o Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) soltar mais dinheiro", disse Moacir Marcos Junior, operador de câmbio da Interbolsa do Brasil.
O profissional se referia à fala do chairman do Fed, Ben Bernanke. Em entrevista a uma rede de TV no domingo, Bernanke disse que o Fed pode comprar mais do que 600 bilhões de dólares em Treasuries caso a economia norte-americana não responda aos estímulos de maneira satisfatória.
"E os investidores estão em busca de rentabilidade elevada. Com a combinação de taxa de juros alta e estabilidade que temos, o Brasil é o destino dessas aplicações", completou.
A Selic esta atualmente em 10,75 por cento ao ano, e o mercado aposta no início de um novo ciclo de aperto monetário já no começo de 2011, de acordo com pesquisa da Reuters [ID:nN02197784].
As operações domésticas pouco foram influenciadas pelo movimento externo, com o dólar subindo ante uma cesta de divisas <.DXY>. O movimento era favorecido pela queda do euro , ainda por preocupações com uma crise no continente.
José Carlos Amado, operador de câmbio da corretora Renascença, lembrou ainda que o mercado de câmbio doméstico como um todo está bastante "pesado" (vendido), o que tem sustentado o viés de baixa do dólar.
Segundo dados mais recentes da BM&FBovespa, os investidores estrangeiros mantiveram na sexta-feira quase 11 bilhões de dólares em exposição vendida em moeda norte-americana.
"A agenda também esta fraca. Enquanto você não tiver indicadores de peso para mexer com o dólar, ele vai operar com variações mais discretas", afirmou o operador.
Do lado domestico, o governo informou que a balança comercial brasileira abriu dezembro com um superávit de 580 milhões de dólares na primeira semana do mês, levando o saldo positivo acumulado no ano a 15,513 bilhões de dólares.
(Edição de Aluísio Alves)