CÂMBIO-Dólar cai pelo 9o dia, mas com pouca volatilidade
Por Silvio Cascione SÃO PAULO, 13 de setembro (Reuters) - A incerteza sobre a possibilidade de intervenções mais agressivas do governo no mercado de câmbio reduziu a volatilidade do dólar nesta segunda-feira, no nono dia seguido de queda frente ao real. O dólar caiu 0,23 por cento, a 1,716 real, na maior sequência de quedas […]
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2010 às 13h49.
Por Silvio Cascione
SÃO PAULO, 13 de setembro (Reuters) - A incerteza sobre a
possibilidade de intervenções mais agressivas do governo no
mercado de câmbio reduziu a volatilidade do dólar nesta
segunda-feira, no nono dia seguido de queda frente ao real.
O dólar caiu 0,23 por cento, a 1,716 real, na maior
sequência de quedas desde fevereiro de 2008 e com a cotação
mais baixa desde 3 de dezembro do ano passado.
Considerando o mercado futuro, em que há mais liquidez, o
dia contou com a menor variação entre as cotações mínima e
máxima desde agosto de 2008, segundo dados da Reuters sobre o
contrato de vencimento mais próximo referentes até as 16h30.
Neste pregão, as cotações do contrato de outubro
variaram entre 1,7205 e 1,7250 real. As operações, porém,
seguem até as 18h no mercado futuro.
"O mercado não mexeu hoje. Abriu em queda, com números bons
na China e Basileia III... mas não gerou volatilidade", resumiu
Rodrigo Nassar, gerente da mesa financeira da corretora Hencorp
Commcor, em referência a dados sobre atividade industrial e
inflação na China e às novas regras de capital bancário, que
abriram espaço para recuo do dólar no mundo inteiro.
"(O dólar) já está num nível muito baixo e o mercado fica
com receio de bater um pouco mais", completou Nassar.
A longa sequência de quedas do dólar está ligada à
expectativa de um ingresso volumoso de recursos no país. A
maior parte viria com a capitalização da Petrobras ,
cuja reserva de ações já está em curso, mas há emissões de
títulos que somente na semana passada somaram cerca de 4
bilhões de dólares.
O receio, porém, tem relação com o discurso do governo
contra a valorização do real. O Banco Central já aumentou a
quantidade de dólares comprados diariamente, com dois leilões
realizados por dia desde quarta-feira.
Somente na sexta-feira, de acordo com estimativas de
operadores, foram comprados entre 1 bilhão e 1,3 bilhão de
dólares. Os dados oficiais só serão conhecidos na próxima
semana.
Além disso, há a possibilidade de um leilão de swap cambial
reverso, derivativo que atua como compra de dólares pelo Banco
Central no mercado futuro e que ofereceria um contraponto à
enorme oferta de moeda por estrangeiros na BM&FBovespa.
Na sexta-feira, somando os contratos de dólar futuro e de
cupom cambial (DDI), os investidores não-residentes exibiam
11,3 bilhões de dólares em posições vendidas.
Um termômetro sobre a possível oferta de swap reverso pelo
BC é a taxa local de juro em dólares, que vem subindo desde o
começo do mês. Nesta segunda-feira, o FRA (forward rate
agreement) de cupom cambial para novembro subia a 1,95
por cento, maior nível em mais de um mês.
(Edição de Daniela Machado)
Por Silvio Cascione
SÃO PAULO, 13 de setembro (Reuters) - A incerteza sobre a
possibilidade de intervenções mais agressivas do governo no
mercado de câmbio reduziu a volatilidade do dólar nesta
segunda-feira, no nono dia seguido de queda frente ao real.
O dólar caiu 0,23 por cento, a 1,716 real, na maior
sequência de quedas desde fevereiro de 2008 e com a cotação
mais baixa desde 3 de dezembro do ano passado.
Considerando o mercado futuro, em que há mais liquidez, o
dia contou com a menor variação entre as cotações mínima e
máxima desde agosto de 2008, segundo dados da Reuters sobre o
contrato de vencimento mais próximo referentes até as 16h30.
Neste pregão, as cotações do contrato de outubro
variaram entre 1,7205 e 1,7250 real. As operações, porém,
seguem até as 18h no mercado futuro.
"O mercado não mexeu hoje. Abriu em queda, com números bons
na China e Basileia III... mas não gerou volatilidade", resumiu
Rodrigo Nassar, gerente da mesa financeira da corretora Hencorp
Commcor, em referência a dados sobre atividade industrial e
inflação na China e às novas regras de capital bancário, que
abriram espaço para recuo do dólar no mundo inteiro.
"(O dólar) já está num nível muito baixo e o mercado fica
com receio de bater um pouco mais", completou Nassar.
A longa sequência de quedas do dólar está ligada à
expectativa de um ingresso volumoso de recursos no país. A
maior parte viria com a capitalização da Petrobras ,
cuja reserva de ações já está em curso, mas há emissões de
títulos que somente na semana passada somaram cerca de 4
bilhões de dólares.
O receio, porém, tem relação com o discurso do governo
contra a valorização do real. O Banco Central já aumentou a
quantidade de dólares comprados diariamente, com dois leilões
realizados por dia desde quarta-feira.
Somente na sexta-feira, de acordo com estimativas de
operadores, foram comprados entre 1 bilhão e 1,3 bilhão de
dólares. Os dados oficiais só serão conhecidos na próxima
semana.
Além disso, há a possibilidade de um leilão de swap cambial
reverso, derivativo que atua como compra de dólares pelo Banco
Central no mercado futuro e que ofereceria um contraponto à
enorme oferta de moeda por estrangeiros na BM&FBovespa.
Na sexta-feira, somando os contratos de dólar futuro e de
cupom cambial (DDI), os investidores não-residentes exibiam
11,3 bilhões de dólares em posições vendidas.
Um termômetro sobre a possível oferta de swap reverso pelo
BC é a taxa local de juro em dólares, que vem subindo desde o
começo do mês. Nesta segunda-feira, o FRA (forward rate
agreement) de cupom cambial para novembro subia a 1,95
por cento, maior nível em mais de um mês.
(Edição de Daniela Machado)