BRF dispara 16% em meio a rumores de compra de ações pela Marfrig
Esse foi o quarto pregão seguido de valorização dos ativos; na semana, acumularam alta de 29%, liderando os ganhos do Ibovespa
Paula Barra
Publicado em 21 de maio de 2021 às 14h56.
Última atualização em 21 de maio de 2021 às 18h24.
As ações da BRF (BRFS3) dispararam 16,28% nesta sexta-feira, 21, liderando os ganhos do Ibovespa, em meio a notícias de que a Marfrig (MRFG3) estaria comprando ações da empresa. Esse foi o quarto pregão seguido de valorização dos ativos. Na semana, saltaram 28,79%, também puxando as altas do índice. Os papéis da Marfrig, por sua vez, que chegaram a subir 9% na máxima do dia, fecharam com queda de 5,2%.
Segundo o site Brazil Journal, a Marfrig é o investidor que está por trás de compras agressivas de ações da BRF nos últimos dias, com a intenção de chegar a 20% do capital da companhia. A motivação, no entanto, não seria de fundir as duas empresas como se havia aventado esta semana, mas que o dono da Marfrig, Marcos Molina, se tornasse um acionista de referência na BRF, embora as implicações regulatórias para isso ainda não estejam claras.
Atualmente, os maiores acionistas da BRF são Petros, com 9,9% de participação, seguido da Previ, com 9,16%, e Kapitalo, com 5%.
De acordo com a reportagem, Molina teria estruturado a compra de uma parte desses 20% em um leilão que ocorreu nesta tarde na B3, com a Previ se desfazendo de uma fatia de cerca de 24 milhões de ações de sua posição na empresa – um montante substancial desse lote teria ido para a Marfrig, aponta a matéria.
O jornal Valor Econômico noticiou hoje à tarde que a Marfrig preparava para esta sexta-feira, após o pregão, um comunicado informando a posição que atingiu na empresa.
Nesta sessão, as ações da BRF movimentaram um volume financeiro de 2,07 bilhões de reais, mais de 6 vezes acima da média móvel dos últimos 21 pregões (de 255 milhões de reais).
Em comunicado enviado ao mercado ontem à noite, no entanto, a BRF disse, após ser questionada pela B3 sobre o motivo da oscilação das ações, que não tinha conhecimento de qualquer fato ou informação pública que pudesse justificar tal movimento.
No comunicado, a companhia reiterou o "compromisso de, nos termos da regulamentação aplicável, manter seus acionistas e o mercado em geral informados sobre qualquer ato ou fato relevante relacionado a seus negócios".